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Os ataques entre o Hezbollah e Israel intensificaram-se ao longo dos últimos dias e são já os piores confrontos desde a guerra de 2006. No entanto, o Líbano ainda não terá utilizado contra Israel as suas armas mais potentes, capazes de atingir as cidades israelitas, mesmo depois das explosões dos pagers e dos walkie-talkies utilizados pelo Hezbollah e que provocaram dezenas de vítimas.

A resposta estará no Irão, que poderá estar a travar o grupo do Hezbollah, impedindo assim que avance com ataques mais intensos e também em zonas israelitas onde a probabilidade de causar mais vítimas é muito maior. Por exemplo, o Hezbollah lançou este fim de semana vários mísseis contra Israel, mas nenhum deles alcançou qualquer região habitada e todos caíram em zonas abertas, sem população, ou foram intercetados pelas forças israelitas.

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O grupo xiita armado do Líbano é muito próximo do Irão. Aliás, próximo e dependente em relação aos fornecimento de armas. É Teerão que fornece grande parte das armas, incluindo as mais poderosas. Exemplo disso são os drones e os mísseis Fateh 110, cujo alcance é de cerca de 300 quilómetros. Deverá ser esta dependência que está então a travar um possível ataque em larga escala. De acordo com a análise feita pelo Telegraph, o Irão poderá estar a usar o Hezbollah como escudo, caso Israel queira avançar para um ataque nuclear contra o Irão.

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Mas além da influência do Irão poderão existir outras razões, aponta ainda o mesmo jornal. “Há duas coisas a serem levadas em consideração”, começou por explicar ao Telegraph Kassem Kassir, analista próximo do Hezbollah.

Primeiro, “o Hezbollah sabe que o Líbano está dividido e, portanto, não quer levar o país a uma guerra que alguns não querem”. Depois, acrescentou, há o peso vindo dos Estados Unidos: “O Hezbollah sabe que Netanyahu está a tentar atraí-lo [ao grupo armado] para uma guerra na esperança de atrair os Estados Unidos para o conflito”.

Ainda em relação ao Estados Unidos, Kassem Kassir está certo de que o grupo do Líbano sabe que, se seguir as intenções do primeiro-ministro israelita, uma eventual guerra não seria apenas com Israel, “mas também com os aliados ocidentais de Israel”.

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Com estas duas condicionantes em cima da mesa, é possível que o Hezbollah continue a optar por um conflito mais longo. “Enfraquecer Israel através de um confronto prolongado é, na minha opinião, a estratégia que o Hezbollah prefere”, admitiu ainda o mesmo especialista.