A secretária de Estado da Saúde revelou esta sexta-feira que foi necessário o atual Governo ter de pagar uma dívida de 108 milhões de euros para que o país pudesse ter vacinas contra a covid-19.

“Este governo recebeu uma dívida com duração de dois anos relativa às vacinas covid-19 e teve de autorizar o pagamento de 108 milhões de euros para a vacina da covid-19, porque se não o tivéssemos feito posso garantir que hoje não havia vacinas em Portugal”, revelou Ana Povo, na Unidade de Saúde Familiar de Lavos, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra.

A governante falava aos jornalistas no final de uma visita àquela unidade para acompanhar o processo de vacinação sazonal outono-inverno, que decorre em Portugal desde 20 de setembro nas unidades do Serviço Nacional de Saúde e em mais de 2.500 farmácias.

A secretária de Estado salientou que o Governo efetuou uma aquisição “muito grande” de vacinas para a cobertura de toda a população, mas questionada pelos jornalistas sobre a falta de vacinas em alguns locais reconheceu que possa ter havido atrasos nas entregas devido aos incêndios da semana passada.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Decorrida uma semana do início do plano de vacinação sazonal, Ana Povo considerou que a campanha está a “correr bem” e que a adesão à vacinação contra a gripe está superior à primeira semana do ano passado.

“A vacinação contra a covid-19 esteve, no início, bastante inferior ao ano passado, estando neste momento a recuperar”, frisou a governante, que não revelou números porque os relatórios serão semanais e divulgados às terças-feiras.

A secretária de Estado, que estava acompanhada da diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, mostrou-se preocupada com esta situação devido à exaustão vacinal contra a covid-19, “que não é uma situação só em Portugal, mas em todo o mundo”.

Ana Povo apelou à população para não ter medo de se vacinar e da vacina da covid-19 e disse que os cidadãos que optaram apenas por receber a inoculação contra a gripe podem ainda recorrer às farmácias e centros de saúde para levar aquela vacina.

“Quem desejar não levar as duas vacinas ao mesmo tempo pode-o fazer, mas ainda pode fazer a vacina da covid-19 caso não o tenha feito”, sublinhou.