O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, sugeriu que a polícia devia poder ser “extraordinariamente dura” durante um dia, de forma a travar roubos. As declarações polémicas foram feitas durante um comício da campanha presidencial no domingo na Pensilvânia.

“Se tivéssemos um dia mesmo violento”, começou por dizer, enquanto estava a criticar uma proposta que alterou a classificação de alguns tipos de furtos, de crimes para contraordenações, o que aumentou estes crimes — na verdade, as estatísticas do FBI mostram que este tipo de crimes diminuiu, destaca o POLITICO. Porém, antes de concluir a frase, passou de um dia a uma hora. “Se tivéssemos uma hora dura — e eu quero dizer, mesmo dura — a palavra vai espalhar-se e isso acaba imediatamente”, concluiu o ex-Presidente.

As afirmações vão ao encontro de uma ideia frequentemente defendida pelo ex-Presidente nos seus discursos, quer enquanto chefe de Estado, quer enquanto candidato: a polícia não é capaz de levar a cabo o seu trabalho devido a pressões políticas, nota o Washington Post. Contudo, Donald Trump nunca tinha feito uma apologia tão direta à violência policial. Em resposta, a sua equipa de comunicação tentou desvalorizar o peso do seu discurso.

“O Presidente Trump sempre foi o Presidente da lei e ordem e continua a reiterar a importância de fazer cumprir as leis existentes. De outra forma, é a anarquia total, que é o que Kamala Harris criou em algumas destas comunidades na América, especialmente durante o seu tempo como Procuradora-Geral [da Califórnia], quando incentivou criminosos”, justificou ao POLITICO, Steven Cheung, diretor de comunicação da campanha, acrescentando que Trump estava “claramente a fazer uma proposta na brincadeira”.

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As afirmações do candidato republicano foram recebidas com críticas, mesmo dentro do próprio partido. O Lincoln Project, uma organização criada por membros do partido republicano que se opõem a Donald Trump, notou a semelhança entre esta sugestão e a premissa do filme de terror, A Purga.