A Polícia de Milão prendeu 19 pessoas no âmbito de uma operação contra adeptos de futebol violentos (conhecidos como “Ultras”), suspeitos de ter ligações com a máfia italiana. Entre os detidos estão os líderes dos ultras do AC Milan e do Inter, escreve o The Guardian.

Tudo começou após o homicídio de Antonio Belloco em setembro. Este era um poderoso membro da ‘Ndrangheta, a máfia italiana da Calábria, conhecida por crimes como tráfico de drogas, posse de armas, compra de votos, interferência em concursos públicos e extorsão. O membro desta organização terá sido morto por Andrea Beretta, figura importante dos Curva Nord do Inter. O acontecimento aumentou as suspeitas acerca de uma possível ligação entre a máfia italiana e as claques.

Tratou-se de uma “investigação complexa”, disse o procurador de Milão, Marcello Viola à pela agência noticiosa Ansa e citado pelo Guardian, tendo evolvido várias forças da polícia italiana. Nesta operação, Luca Lucci (líder da claque do AC Milan) e Renato Bosetti (do Inter) acabaram por ser detidos.

Os alegados crimes que estão agora em cima da mesa e terão sido praticados por estas 19 pessoas incluem venda de bilhetes, pagamentos forçados aos vendedores de comida e bebida à porta do estádio de San Siro, em Milão, pagamentos em troca de lugares no parque de estacionamento e ofensas corporais graves.

Segundo o Guardian, estas grupos organizados e extremamente violentos obtêm lucros de milhares de euros em atividades ilegais. Em 1981, os ultras do AC Milan e do Inter fizeram um “acordo de paz” após a morte de um adeptos de 21 anos, mas a polícia italiana considera que este pacto se transformou numa espécie de acordo comercial, sendo que ambos têm como objetivo obter o máximo de lucros possível, envolvendo-se em “todos os aspetos lucrativos do futebol”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR