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O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, acusou esta quarta-feira os Estados Unidos e “alguns países europeus” de serem “a principal causa” dos problemas no Médio Oriente.

A principal causa dos problemas desta região, que provoca conflitos, guerras, preocupações e hostilidades, deriva da presença das mesmas pessoas que afirmam defender a paz e a tranquilidade na região. Ou seja, os Estados Unidos e alguns países europeus”, afirmou.

Khamenei sublinhou que se estes países saírem da região, “sem dúvida que estes conflitos, guerras e confrontos terminarão”.

“Os países da região governar-se-ão a si próprios, administrarão a região e viverão juntos em paz, bem-estar e prosperidade”, sublinhou o líder iraniano.

“Esperamos que, com a graça de Deus, os grandes esforços da nação iraniana (…) e a cooperação de outras nações, consigamos reduzir o mal causado pelos inimigos nesta região”, afirmou durante um encontro com académicos iranianos, segundo o comunicado publicado pelo seu gabinete.

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Neste sentido, Khamenei afirmou que os Estados Unidos e os seus aliados “um dia provocam um país, provocam alguém como Saddam (Hussein) e surgem problemas e dificuldades”, referindo-se à guerra entre o Iraque e o Irão entre 1980 e 1988.

“Após partirem, assim como os seus aliados, o amor entre os dois países é como uma procissão religiosa”, argumentou o líder iraniano, assinalando os bons laços que existem nos dias de hoje entre Teerão e Bagdad.

“O mesmo acontece com outros países. A presença daqueles que ameaçam a paz na região e mentem é a principal causa dos problemas”, reiterou.

As declarações de Khamenei foram divulgadas após o Irão ter lançado quase 180 mísseis balísticos contra Israel, numa resposta à morte do líder do braço político do Hamas, Ismail Haniye, num ataque em Teerão no final de julho, e à morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num bombardeamento israelita contra a capital libanesa.

Da mesma forma, o ataque iraniano ocorreu depois de Israel ter anunciado o início de uma operação militar terrestre no Líbano, após mais de onze meses de combates com o Hezbollah, na sequência dos ataques realizado em 7 de outubro de 2023 pelo Hamas e outras fações palestinianas. Em resposta ao ataque do Hamas, Israel lançou uma ofensiva sangrenta contra a Faixa de Gaza. O aumento das tensões aumentou o receio de uma guerra em grande escala na região.

Após o ataque iraniano, o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), General Herzi Halevi, afirmou que as autoridades israelitas vão responder ao Irão com um ataque que demonstra as capacidades “precisas e surpreendentes” do país.

Já o Presidente iraniano, Massud Pezeshkian, alertou Israel contra o conflito aberto e defendeu a resposta iraniana às ações israelitas na região.