Os incêndios florestais registados no Brasil nos primeiros nove meses de 2024, os maiores para o período nos últimos 14 anos, afetaram diretamente 18,9 milhões de pessoas, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).

De acordo com o relatório, que inclui dados enviados à CNM por todos os municípios do país, os incêndios causaram até agora prejuízos de dois mil milhões de reais (cerca de 331 milhões de euros).

Segundo a Confederação, que esclareceu que as informações ainda são parciais e atualizadas periodicamente pelos municípios, o número de municípios que declararam situação de emergência devido aos incêndios subiu de 43 nos primeiros nove meses de 2023 para 684 entre janeiro e setembro deste ano.

A CNM disse ter recebido informações de que cinco pessoas morreram e outras 10.700 tiveram que deixar as suas casas este ano por causa dos incêndios, mas esclareceu que esse número pode ser muito maior porque a maioria dos municípios ainda não enviou dados sobre todas as cidades evacuadas.

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As pessoas diretamente afetadas incluem as que foram afetadas pelos fumos que se espalharam pelo país, as que procuraram assistência médica e as que sofreram com a interrupção de serviços essenciais.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que usa imagens de satélite para contar diariamente os focos de calor em todo o Brasil, o número de incêndios nos primeiros nove meses do ano aumentou 85%, de 114.796 em 2023 para 213.413 em 2024, o maior número para o período em análise desde 2010.

O Ministério do Meio Ambiente atribui o salto significativo no número à intensa onda de calor que o país enfrenta, às alterações climáticas e à seca histórica em todo o Brasil, a mais longa dos últimos 50 anos.

Segundo o Ministério, 58% do território brasileiro enfrenta os efeitos da seca intensa e 20% sofre com seca extrema.