Os procuradores alemães pediram, na quarta-feira, a condenação por crimes sexuais e uma pena de 15 anos de prisão para Christian Brueckner, que está também sob investigação, num caso separado, pelo desaparecimento de Madeleine McCann em Portugal.
Brueckner está a ser julgado no Tribunal de Braunschweig, no norte da Alemanha, por crimes de violação e agressão sexual que terá cometido em Portugal, entre 2000 e 2017. Os procuradores responsáveis pelo caso pedem prisão efetiva para o homem de 47 anos que se encontra atualmente a cumprir uma pena de sete anos na Alemanha por uma violação que cometeu em Portugal em 2005.
As alegações finais do julgamento atual, que teve início em fevereiro, começaram esta quarta-feira. A procuradora Ute Lindemann defendeu que o arguido deve ser condenado por dois crimes de violação e dois de abuso sexual, informou a agência noticiosa alemã dpa, citada pelo The Guardian. Existe uma terceira acusação de violação, mas a procuradoria alemã pede a absolvição do suspeito nesse caso em concreto.
Bruckner “divertia-se” com o sofrimento das suas vítimas, disse Ute Lindemann ao tribunal na quarta-feira, acusando-o de ser um “psicopata sádico”.
Brueckner é o principal suspeito no caso Maddie, mas não foi acusado em relação ao desaparecimento da criança. Passou muitos anos em Portugal, incluindo na estância balnear da Praia da Luz, na mesma altura em que Madeleine lá esteve de férias, em 2007.
O alemão sempre negou qualquer envolvimento no seu desaparecimento, mas Laurentiu Codin, um romeno de 50 anos que foi seu companheiro de cela em 2007, relatou em tribunal, a propósito do julgamento que ainda decorre, que Brueckner lhe falou no rapto de uma criança em Portugal. “Disse-me que não encontrou dinheiro, mas uma criança e que a levou. Disse que, duas horas depois, havia polícias com cães em todo o lado, por isso saiu dali e afastou-se da zona”, relatou Codin.