Manuel Castro Almeida considera que “seria estranho, na Europa do século XXI, haver um militar na Presidência da República”. Desafiado a comentar a possibilidade de Gouveia e Melo vir a protagonizar uma candidatura a Belém, o ministro Adjunto e da Coesão torce o nariz à ideia. “Acho que seria uma anormalidade, independentemente da pessoa em causa.”
Em entrevista ao Diário de Notícias, Castro Almeida sublinha que não se trata de uma crítica pessoalizada, mas antes uma observação sobre o regime. “Não há exemplo na União Europeia e seria uma coisa anormal. Nós teríamos de explicar à Europa e ao mundo o que estava a acontecer, porque as pessoas iriam interrogar-se sobre o que aconteceu em Portugal para terem um militar como Presidente.”
De resto, o ministro recorda que Luís Montenegro já se comprometeu a apoiar um candidato à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa que seja militante do PSD, o que exclui automaticamente o Almirante Gouveia e Melo. Instado a escolher entre Luís Marques Mendes e Pedro Passos Coelho, Castro Almeida não esconde a sua preferência pelo comentador e conselheiro de Estado — ele que tem com Marques Mendes uma relação de amizade de longas décadas.
“Tanto quanto eu sei — e sei –, Passos Coelho exclui-se completamente da equação. Veria com excelentes olhos [uma candidatura de Luís Marques Mendes]. Tem hoje uma imagem e um suporte que vai muito para lá do eleitorado do PSD. Tem dado sinais de grande independência e uma capacidade de análise que lhe dão apoio de muitas pessoas fora do partido originário”, argumenta Castro Almeida.