Guardas de várias cadeias do país são esperados esta segunda-feira no Encontro de Solidariedade da Guarda Prisional defronte do Estabelecimento Prisional (EP) de Vale de Judeus, onde há precisamente um mês ocorreu a fuga de cinco reclusos.

Segundo o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), presidido por Frederico Morais, esta iniciativa “visa demonstrar a união e o apoio do corpo da guarda prisional aos colegas do EP de Vale de Judeus” e, desta forma, “demonstrar que existem problemas transversais a todos os estabelecimentos prisionais e que afetam a vida de todos” estes profissionais.

“É fundamental demonstrar aos nossos colegas do EP de Vale Judeus a nossa solidariedade”, salienta um comunicado do SNCGP, numa altura em que decorrem processos de averiguação interna, de natureza disciplinar, e um inquérito aberto pelo Ministério Público para apurar eventuais responsabilidades de quem estava de serviço na videovigilância no dia da fuga.

“As condições que nós temos para trabalhar nas cadeias hoje em dia são deficitárias a nível monetário, faltam-nos condições para fazer um bom trabalho“, lamentou Nelson Sousa, guarda prisional do hospital prisional de Caxias, em declarações à CNN.

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O Encontro de Solidariedade, que chegou a estar previsto para 19 de setembro, foi adiado para esta segunda-feira devido à ocorrência de incêndios florestais que atingiram o país naquela data.

A fuga de cinco reclusos considerados perigosos de Vale de Judeus levou à demissão do então diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa e Gonçalves, que foi substituído interinamente por Isabel Leitão, que já integrava aquela direção-geral tutelada pelo Ministério da Justiça.

A fuga de Vale de Judeus levou a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que ordenou uma auditoria à segurança das cadeias portuguesas, a ser ouvida recentemente sobre o caso na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a requerimento da Iniciativa Liberal.