Durante a apresentação da mais recente versão do Urus SE, com 799 cv e uma autonomia de 60 km em modo eléctrico – o que não o impede de ir de 0 a 100 km/h em somente 3,4 segundos, para depois, se continuar a acelerar, atingir 312 km/h –, o CEO da Lamborghini, Stephan Winkelmann, confessou aos jornalistas que o Urus deverá continuar a ser o modelo mais pretendido pelos clientes da marca. Contudo, esta não pretende arriscar ser confundida com um construtor de modelos altos e “pesadões”, com a electrificação a permitir estimar que os modelos mais baixos e desportivos irão representar a maioria das vendas do fabricante italiano.

A casa de Sant’Agata Bolognese está a atravessar a primeira fase de electrificação da sua gama, em que troca modelos com apenas motor de combustão por outros híbridos plug-in (PHEV), para aumentar a potência e reduzir os consumos e emissões, mas sem incrementar excessivamente o peso, para evitar prejudicar o comportamento. Daí que os novos Revuelto e Temerario, substitutos dos míticos coupés de dois lugares Aventador e Huracán, recorram a mecânicas PHEV, para aumentarem o prazer ao volante sem beliscar a carteira e o ambiente.

Para o construtor italiano, a etapa seguinte da electrificação foca-se nos 100% eléctricos, sendo que a Lamborghini prepara já um modelo que foi antecipado pelo Lanzador, algures entre um SUV coupé e uma berlina de quatro lugares (na realidade, um 2+2) e quatro portas. Acontece que, ao contrário de muitos outros fabricantes de automóveis, o CEO da marca não tem dúvidas que “o futuro passa por modelos eléctricos”. Stephan Winkelmann diz acreditar que “mesmo os adeptos mais fervorosos dos motores de combustão, preferencialmente com muitos cilindros, vão acabar por adoptar os motores eléctricos”.

Revuelto é o novo Lamborghini V12 híbrido plug-in com 1015 cv

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Prevê o CEO da Lamborghini que o Urus continuará a ser o modelo mais pretendido pelos clientes da casa. Porém, tal como a Ferrari “refreou” o Purosangue, a estratégia dos dois construtores italianos passa por limitar a venda de SUV para evitar que a procura desvirtue a reputação da marca. Afinal, ambas são conhecidas (e respeitadas) por se terem especializado em modelos coupé de dois lugares e desportivos e não querem ver a sua imagem associada à de carros altos e “pesadões”, evitando assim cometer o que consideram ser um erro da Porsche, pois hoje a marca alemã comercializa maioritariamente SUV.

Temerario sucede ao Huracán com mecânica PHEV de 920 cv

Embora o SUV Urus deva continuar a ser o modelo mais pretendido da marca, segundo Winkelmann, o Temerario, substituto do Huracán, deverá representar 40% das vendas, à semelhança do que já acontecia com o seu antecessor. E para o futuro Lanzador eléctrico, previsto apenas para 2028 e por um valor que rondará 300.000€, Winkelmann espera o mesmo tipo de volume de vendas. Isto faz com que o Revuelto, substituto do Aventador, continue a manter um share pequeno, mas em conjunto com o Temerario e o Lanzador, os modelos mais baixos e desportivos da Lamborghini irão ser responsáveis pela maioria das vendas da casa.