Primeiro uma nota do clube, que é o acionista maioritário da Benfica SAD, agora um comunicado à CMVM da sociedade que gere o futebol dos encarnados. Pontos comuns? As ideias expressas e uma palavra: “infundado”. E foi dessa forma que os responsáveis do conjunto da Luz voltaram a fazer a sua defesa 24 horas depois de ter sido conhecido a acusação de corrupção desportiva a par do antigo presidente Luís Filipe Vieira, do ex-assessor jurídico Paulo Gonçalves, do V.Setúbal e do antigo líder da formação sadina.

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“A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD (“Sociedade”) informa que, por alegados atos imputados ao seu ex-presidente e a um antigo assessor, foi acusada da prática dos crimes de corrupção ativa, em concurso aparente com o crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem, e fraude fiscal qualificada. Nenhum outro dos anteriores ou atuais membros do Conselho de Administração da Sociedade, incluindo o seu Presidente, foi acusado no âmbito deste processo. A sociedade considera infundada a referida acusação, pelo que tomará oportunamente posição processual, exercendo o seu direito de defesa de acordo com a tramitação legal”, apontou a Benfica SAD, numa comunicação feita à CMVM.

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“O Sport Lisboa e Benfica e os seus advogados vão analisar em detalhe a acusação da qual foram hoje [terça-feira] notificados e que responsabiliza o Benfica, em virtude de alegados atos imputados ao seu ex-presidente e a um antigo assessor. Oportunamente tomarão posição processual mas não restem dúvidas de que o Sport Lisboa e Benfica se defenderá, sem hesitar, de todas as acusações infundadas (e do que já foi possível analisar, estas são infundadas), bem como de tudo quanto afete ou possa ter afetado os seus direitos e interesses”, tinha destacado o clube na véspera, através de um comunicado oficial.

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Antes, Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD do Benfica, comentou também as acusações de que é alvo a par da sociedade dos encarnados e de Luís Filipe Vieira. “Fui assessor jurídico do Sport Lisboa e Benfica SAD de 2007 a 2018. As minhas funções, lealdade, entrega e cumprimento da lei durante este período são públicas. Esta acusação é surreal e assenta numa tese destituída de fundamentação factual e legal. Na verdade, nenhuma das condutas ali descritas consubstancia qualquer crime, muito menos um crime de corrupção, na sua maioria traduzindo uma prática corrente no mercado de futebol tanto a nível nacional como internacional”, começou por defender o advogado numa nota às redações.

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“Em momento algum extravasei as funções e as instruções que me foram então confiadas. De ora em diante estarei totalmente focado na refutação desta acusação incompreensível e na defesa do meu bom nome, pelo que irei solicitar de imediato o levantamento do segredo profissional a que estou vinculado pelo Estatuto da Ordem do Advogados sem o qual não poderei exercer na plenitude o exercício do meu direito de defesa”, completou Paulo Gonçalves, que já tinha estado envolvido num outro caso, o e-toupeira, onde foi condenado a dois anos e meio com pena suspensa e recorreu agora para o Tribunal Constitucional.