Liam Payne, que se tornou conhecido como cantor e compositor da boy band britânica One Diretion, morreu depois de cair do terceiro andar de um hotel em Buenos Aires esta quarta-feira. Tinha 31 anos. A morte, avançada na imprensa argentina, foi confirmada por Alberto Crescenti, diretor dos serviços de emergência naquela cidade. As circunstâncias da queda ainda não são claras, mas os resultados preliminares da autópsia revelam que o cantor morreu de “múltiplos traumatismos” e “uma hemorragia interna e externa e lesão craniana”. Perícias não detetaram indícios de crime no corpo de Payne.
Segundo o jornal argentino Clarín, Liam Payne “entrou numa agitação descontrolada nas suas últimas horas”. O cantor foi encontrado morto pela polícia e pelos médicos no pátio interior do hotel Casa Sur Palermo, depois de ter caído de uma varanda do terceiro andar, a cerca de 14 metros de altura.
A polícia municipal deslocou-se ao local na tarde de quarta-feira depois de ter recebido uma chamada para o 112 às 17h04 que dava conta de “um homem agressivo que poderia estar sob o efeito de drogas ou álcool”. “Verificámos a sua identidade através do passaporte que tinha. Ele tinha ferimentos muito graves depois de ter caído de um terceiro andar para um pátio interno”, disse Alberto Crescenti, chefe dos serviços de emergência, ao mesmo jornal.
Morreu Liam Payne, antigo membro dos One Direction. Tinha 31 anos
Escreve a Sky News que a ambulância chegou seis minutos depois de receber uma chamada e que “não havia possibilidade de o reanimar, pois os ferimentos eram muito graves”. “De acordo com o que a equipa viu, ele tinha uma fratura na base do crânio”, disse um responsável pelo serviço de ambulâncias.
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Gerente de hotel já tinha ligado ao 112: “Temos um hóspede que está a destruir o quarto todo”
O Clarín teve acesso a fotografias do quarto do cantor que evidenciam um rasto de destruição. As imagens mostram uma televisão partida, drogas espalhadas e copos de champanhe.
Segundo o mesmo meio argentino, funcionários do hotel já tinham feito duas chamadas para o 112 na tarde de quarta-feira sobre os danos que Liam Payne estaria a causar momentos antes da queda que provocou a sua morte.
“Estou a ligar do hotel Casa Sur, em Palermo, temos um hóspede que está drogado e está a partir o quarto todo. Precisamos de alguém que venha cá”, terá dito o gerente do hotel ao operador do 112, mas a chamada foi interrompida alguns segundos depois. Escreve o Clarín que o gerente teve de voltar a ligar e, dessa vez, a conversa durou dois minutos e meio: “Temos um hóspede que está com uma overdose de drogas e álcool e, quando está consciente, está a destruir o quarto todo. Precisamos que mande alguém cá, por favor”.
Última chamada para o 112: “Mandem só meios de emergência médica”
O operador terá perguntado então ao gerente: “Está sob o efeito de álcool e drogas? “A resposta do gerente terá sido: “Precisamos que alguém seja enviado com urgência, pois não sei se o hóspede corre risco de vida. O quarto tem uma varanda e receamos que ele possa fazer alguma coisa”. Segundos depois, o gerente foi mais direto: “Mandem só o SAME (Sistema de Atención Médica de Emergencias), só o SAME”.
O Clarín reporta que Payne tinha, no passado dia 2 de outubro, assistido a um concerto de Niall Horan (também ex-membro dos One Direction), que estava em digressão pela América Latina.
Os One Diretion alcançaram sucesso mundial depois de Simon Cowell ter juntado os quatro elementos — Liam Payne, Harry Styles, Zayn Malik, Niall Horan e Louis Tomlinson — no programa de talentos britânico X Fator, em 2010. A boy band vendeu 70 milhões de discos e terminou em 2016. Payne co-escreveu alguns dos maiores sucessos, entre eles Story of My Life e Night Changes.
Resultados preliminares da autópsia revelam causa da morte: “múltiplos traumatismos”, “hemorragia interna e externa” e “lesão craniana”
O gabinete do Ministério Público da Argentina partilhou esta quinta-feira um relatório preliminar da autópsia ao corpo Liam Pyne. De acordo com o relatório, citado pela revista Rolling Stone, o ex-membro dos One Direction morreu devido a “múltiplos traumatismos, hemorragia interna e externa e lesão craniana como resultado da sua queda”. As primeiras investigações indicam também a presença de estupefacientes no seu quarto de hotel.
A perícia afirma não ter encontrado qualquer indício de crime no corpo de Payne, nem ferimentos que provassem a existência de terceiros envolvidos na sua morte. A posição em que caiu mostra que “não adotou uma postura reflexa para se proteger”, lê-se no relatório. Foi revelado ainda que as autoridades entrevistaram três funcionários de um hotel e duas mulheres que “estavam com o músico no seu quarto” horas antes da queda do artista de um terceiro andar.
“As circunstâncias do caso estão a ser investigadas como uma ‘morte questionável’, embora tudo indique que o músico estava sozinho quando ocorreu a queda, e estava a passar por algum tipo de surto por abuso de substâncias”, refere-se no comunicado.
Os peritos forenses informaram que as “25 lesões descritas na autópsia estão alinhadas com as provocadas por uma queda em altura”, lê-se no relatório. “Apontaram ainda que as lesões craniocerebrais foram suficientes para causar a morte, enquanto as hemorragias internas e externas no crânio, tórax, abdómen e membros contribuíram para a morte”, acrescenta-se.