Siga aqui o nosos liveblog do conflito no Médio Oriente
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, condenou esta quinta-feira a classificação do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, como ‘persona non grata’ por parte de Israel, considerando “completamente inadequada” a postura de Telavive e um desrespeito pela organização que representa.
Israel declara António Guterres “persona non grata”. Portugal pede a Telavive que reconsidere
“Tive ocasião de referir na reunião do Conselho [Europeu] que as considerações que foram proferidas a propósito do secretário-geral das Nações Unidas não são um ataque à pessoa do secretário-geral, são um ataque, precisamente, aos princípios do direito internacional, do direito humanitário, da prevalência da força das organizações internacionais”, disse Luís Montenegro, em conferência de imprensa, em Bruxelas (Bélgica).
O primeiro-ministro considerou que “o seu tratamento como ‘persona non grata’ é completamente inadequado e deve ser removido”.
Luís Montenegro confirmou o que fonte diplomática tinha dito à Lusa durante a tarde: por proposta de Portugal, foi incluída nas conclusões da reunião do Conselho Europeu um reforço da proposta de apelo a um cessar-fogo com a condenação da postura israelita.
“O Conselho Europeu manifesta o seu total e firme apoio ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas. Em nenhuma parte deve ser considerado ‘persona non grata’“, é a referência que a diplomacia portuguesa conseguiu que fosse introduzida no texto das conclusões da cimeira europeia que decorreu esta quinta-feira em Bruxelas.
Mais de 100 países ao lado de Guterres após Israel o considerar ‘persona non grata’
Na conferência de imprensa final, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reforçou esta ideia: “Expressámos o nosso apoio total às Nações Unidas, incluindo ao seu secretário-geral, António Guterres.”
Em causa está a declaração, por parte de Telavive, de António Guterres como persona non grata em Israel, uma expressão em latim que indica que a presença de alguém é indesejada num determinado país e que tem enquadramento jurídico no direito internacional, sob alegação de que não condenou diretamente o ataque do Irão, no início de outubro.