“Xi Jinping respeita-me, porque sabe que eu sou louco.” As palavras são do candidato presidencial republicano Donald Trump, numa entrevista dada aos editores do jornal norte-americano Wall Street Journal, em que o antigo Presidente destacou a sua relação não só com o presidente chinês, como também com Vladimir Putin.

Questionado sobre o que faria para persuadir Xi Jinping a não ordenar um bloqueio a Taiwan, Donald Trump disse que seria “muito fácil”, sublinhando que tem uma “relação muito forte” com o presidente chinês. “Ele é realmente um bom, não diria amigo, mas dou-me bem com ele. Ele já ficou em Mar-a-Lago comigo, então conhecemo-nos bem. Ele é uma pessoa muito intensa.”

Naquela situação hipotética, o republicano afirmou que sinalizaria que a Xi Jinping que, se decidisse invadir Taiwan, aumentaria entre “150 a 200%” as tarifas comerciais com a China.

O republicano recordou o episódio, ocorrido em abril de 2017, em que Xi Jinping visitou os Estados Unidos e ficou hospedado na mansão de Donald Trump em Mar-a-Lago. O antigo presidente contou que, durante a sobremesa num jantar, revelou na altura ao homólogo chinês que Washington tinha bombardeado a Síria, onde Pequim tinha presença militar. “Eu disse ‘Presidente, disparámos 58 mísseis na Síria. As suas pessoas não estão em risco'”. 

“Eu tive de repetir e ele entendeu. Ele é um bom jogador de póquer. Primeiro pareceu furioso. E depois repeti outra vez. [Ele respondeu] ‘Oh, Ok’. Ele ficou bastante calmo. Mas ele é intenso”, relatou Donald Trump.

Sobre Vladimir Putin, o magnata não escondeu que tem uma relação mais próxima do que com Xi Jinping: “Temos uma ótima relação. Dei-me muito bem com ele. Ele tem uma personalidade diferente. Eu conhecia-o muito bem”. Donald Trump lembrou ainda que avisou o presidente russo para não invadir a Ucrânia. “Eu vou atingir-lhe de forma intensa, que nem vai acreditar. Eu disse-lhe que éramos amigos e que não o queria fazer, mas que não teria outra escolha”.

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