Cumpriu-se o que se esperava. Ao contrário da atribuição do prémio masculino, a Bola de Ouro feminina não teve discussão. Aitana Bonmatí voltou a ser considerada a melhor jogadora do mundo, batendo as companheiras de equipas Caroline Graham Hansen e Salma Paralluelo. Afinal, o Barcelona continua a dominar no feminino e, depois de uma temporada em que conquistou o Campeonato, a Taça da Rainha, a Supertaça de Espanha e a Liga dos Campeões, colocou sete jogadoras no top 20 da Bola de Ouro — Mariona Caldentey (8.ª), Alexia Putellas (10.ª), Patri Guijarro (11.ª) e Lucy Bronze (20.ª) juntaram-se às companheiras.

Para além dos troféus conquistados ao serviço das culés, Aitana venceu ainda a Liga das Nações e terminou os Jogos Olímpicos na quarta posição com a camisola da roja. Contudo, outro dos pontos que salta mais à vista e acrescenta justiça a esta decisão prende-se com o registo individual ao longo da última temporada: 19 golos e 17 assistências em 41 jogos no Barcelona e sete golos em 16 jogos pela seleção espanhola.

“Estou muito agradecida por estar aqui novamente, mas como sempre digo, isto não se consegue sozinha. Estou muito agradecida e tenho muita sorte de estar rodeada de grandes jogadoras que me fazem continuar a evoluir, crescer e ser uma jogadora melhor todos os dia. Sem vocês — staff, trabalhadores do clube e presidente — eu não alcançaria o sucesso que estou a alcançar. Não é fácil fazer o que fazemos todos os anos. Faço parte de um desporto coletivo em que me encontro rodeada de magníficas jogadoras de futebol, tanto no Barcelona como na seleção”, partilhou a jogadora de 26 anos depois de receber o prémio.

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“É brutal o que o Barcelona está a conseguir. É fascinante. As duas Bolas de Ouro da Alexia [Putellas, em 2021 e 2022], as duas minhas… É algo excecional para o clube. É um orgulho fazer parte do Barça. É um clube único ao qual devo tudo porque me deu tudo desde que tinha 12/13 anos. Espero continuar a ganhar muito troféus pelo Barcelona”, lembrou Aitana, que recordou ainda a prestação das companheiras na última época: “Qualquer uma delas pode vencer e todas merecem estar aqui. O que me leva a estar aqui ou o que nos leva como equipa a alcançar grandes títulos é a mentalidade que temos. Enquanto eu continuar a ter essa mentalidade e ambição estarei a lutar durante muito tempo. A mentalidade é o que te move a chegar a esses êxitos”.

De recordar que, no que respeita à Bola de Ouro feminina, são chamados a votar 50 jornalistas especializados, a representarem cada um o seu país. Cada um destes elementos vota em dez das 30 jogadoras nomeadas, atribuindo 15, 12, dez, oito, sete, cinco, quatro, três, dois e um pontos. E é aqui que salta à vista o domínio do Barcelona que, para além das já mencionadas sete jogadoras, tem agora Ewa Pajor (ex-Wolfsburgo), que ficou na 29.ª posição. Esta supremacia alastra-se, naturalmente, ao futebol espanhol, que colocou cinco jogadoras nas onze primeiras: Aitana, Salma, Caldentey, Putellas e Guijarro.

Apesar de as escolhas serem soberanas, incidindo sobre vários decisores e tendo em conta diversos fatores, como a conquista de troféus ou o fair-play, as críticas não se fizeram esperar e, logo a seguir à divulgação da tabela final, Grace Geyoro, atual médio do PSG, foi uma das visadas por ter ficado “apenas” no 30.º lugar. “Que jornalistas votam? Por favor… Eles assistem aos jogos? Boa cerimónia [risos]”, escreveu a francesa na rede social X (antigo Twitter).