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A presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO classificaram esta terça-feira o apoio prestado por militares norte-coreanos à Rússia como uma “ameaça séria” à segurança da Europa e do mundo, e concordaram em estreitar a cooperação.

Em comunicado conjunto, Ursula von der Leyen e Mark Rutte enfatizaram que “o apoio prestado à guerra de agressão da Rússia por militares norte-coreanos representa uma escalada significativa da guerra contra a Ucrânia e também uma ameaça séria à segurança da Europa e à paz no mundo“.

Na mesma nota é referido que a líder do executivo comunitário (antiga ministra da Defesa da Alemanha) e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) concordaram que houve um “crescimento assertivo dos países autoritários”, que representam “desafios para os interesses comuns, valores e princípios democráticos”.

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Nesse sentido, a União Europeia (UE) e a NATO concertaram a criação de uma equipa especializada para reforçar “a já existente cooperação” entre o bloco político-económico e a organização político-militar.

Os dois compreendem que num mundo cada vez mais perigoso, esta parceria é vital para alcançar e salvaguardar a paz, liberdade e prosperidade“, acrescentou o comunicado conjunto, divulgado após um encontro entre Von der Leyen e Rutte em Bruxelas, o primeiro desde que o ex-primeiro-ministro neerlandês assumiu a liderança da Aliança.

Dos 32 países que integram a NATO, 23 são da UE, incluindo Portugal, que é um dos Estados fundadores da Aliança Atlântica.

O encontro entre Ursula von der Leyen e Mark Rutte ocorreu no mesmo dia em que uma delegação da Coreia do Sul esteve reunida com representantes europeus para discutir o apoio que o regime de Pyongyang está a prestar à ofensiva russa na Ucrânia, com o envio de militares.

Ainda é incerta a utilização destes militares por parte do Kremlin (presidência russa).

Na segunda-feira, o secretário-geral da NATO revelou que estes militares já estavam em território russo e que iam a caminho da região fronteiriça de Kursk, que foi ocupada pelas forças militares ucranianas, na sequência de uma incursão que começou no dia 6 de agosto deste ano.

No entanto, as autoridades de Seul já admitiram que operacionais norte-coreanos podem estar a caminho do território ucraniano, alvo de uma invasão russa de grande escala desde 24 de fevereiro de 2022.

Pyongyang e Moscovo, aliadas de longa data, tornaram-se ainda mais próximas desde o início da invasão russa. A Coreia do Norte é acusada por Kiev e pelo Ocidente de fornecer grandes quantidades de munições e mísseis à Rússia.

A Ucrânia descreveu recentemente a Coreia do Norte como o seu “maior problema”, de entre os aliados da Rússia.

O nível de colaboração militar entre Moscovo e Pyongyang tem sido motivo recorrente de suspeita nas capitais ocidentais, já que a Rússia é um dos poucos países do mundo que mantém relações com o regime secreto de Kim Jong-Un.

A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e desencadeou uma das maiores crises de refugiados.