O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) renovou esta quinta-feira por mais um ano, até 31 de outubro de 2025, o mandato da missão de paz no Saara Ocidental (Minurso).
O conflito no Saara Ocidental, entre Marrocos e a Frente Polisário, é um dos mais antigos de África. A resolução, negociada até ao último minuto, durante as últimas semanas, foi aprovada por 12 votos e duas abstenções.
Antes da votação, a Argélia procurou introduzir emendas relativas à situação dos direitos humanos no Saara. No texto realça-se que é necessária “uma solução realista, factível, duradoura e mutuamente aceitável” pelas partes, às quais se pede que regressem à mesa das negociações — interrompidas desde 2019 —, “sem pré-condições e de boa-fé”.
O apelo a negociações tem poucas hipóteses de prosperar, uma vez que Marrocos e a Polisário se mantêm fixas nas suas posições — autonomia versus independência —, sem procurar chegar a um compromisso.
A rutura das relações diplomáticas entre Marrocos e Argélia em 2021 também dificulta este regresso às negociações, uma vez que Marrocos se recusa a fazê-lo se a Argélia não estiver presente, com o argumento de que é este Estado vizinho que toma as decisões, dada a autoridade que tem sobre a Polisário, a quem financia e arma.