Os documentos norte-americanos, divulgados em outubro, que detalhavam planos israelitas para responder ao ataque de abril do Irão foram divulgados por Asif William Rahman, um oficial da Agência Central de Inteligência, a CIA. A informação foi avançada pelo New York Times, citando documentos do tribunal e fontes anónimas, com conhecimento do processo.

Rahman enfrenta agora duas acusações de retenção e transmissão de informações de defesa nacional — ao abrigo da Lei de Espionagem norte-americana, que criminaliza a publicação de informação de defesa confidencial — apresentadas num tribunal do Estado da Virgínia na semana passada. Depois da apresentação das queixas, o oficial da CIA foi detido pelo FBI no Cambodja. O jornal adianta que já terá sido presente a um tribunal federal em Guam, um território do Pacífico sob administração norte-americana.

Ao longo da sua carreira, o suspeito trabalhou em vários escritórios estrangeiros da CIA, dentro da qual tinha permissões de alto nível. Isso permitiu que tivesse acesso a uma série de documentos confidenciais, com várias “informações sensíveis que estavam compartimentadas”, tal como os restantes agentes da CIA. Entre estes documentos, estavam aqueles que divulgou, enviando-os para um canal de Telegram.

Os documentos, elaborados pela Agência Nacional de Informação Geoespacial — que apoia operações clandestinas norte-americanas –, incluíam imagens de satélite de instalações no Irão e as suas interpretações de como Israel as poderia atacar, incluindo os mísseis e aviões de combate a que as forças israelitas pretenderiam recorrer. Outros, descrevem movimentações de munições em Israel. A natureza dos documentos levou os Estados Unidos a classificar a divulgação como “altamente preocupante”.

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EUA investigam fuga de informação “preocupante” que revelou alegados planos secretos para o ataque de Israel ao Irão

A divulgação comprova a extensão da rede de espiões norte-americanos no globo, incluindo entre os seus aliados mais próximos, como Israel, destaca o Times. Além disso, ilustra uma certa preocupação da administração norte-americana face às preparações militares de Telavive.

Com a detenção feita, a investigação continua entregue ao FBI, responsável por casos de violação da Lei de Espionagem. O Gabinete federal já tinha avançado que estava em “colaboração próxima” com o Departamento de Defesa e a CIA sobre este caso, mesmo antes da detenção.