O presidente da União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro, Carlos Alves, reivindicou esta sexta-feira a concretização dos apoios a todos os agricultores e produtores florestais afetados pelos incêndios de setembro.

Falando aos jornalistas à entrada da Agrovouga, certame agropecuário que se realiza em Aveiro, Carlos Alves disse que o dinheiro prometido pelo Governo não chegou ainda a “nem metade” dos agricultores da região afetados pelos recentes incêndios.

Os agricultores têm-se vindo a queixar à União de que não estão a receber os apoios, que não passaram de propaganda, em que o ministro andou para aí a dizer que estava a distribuir dinheiro e não chega nem a metade dos afetados”, disse.

Carlos Alves deu como exemplo as explorações de mirtilos destruídas pelo fogo, cujos produtores continuam à espera, nomeadamente no concelho de Sever do Vouga.

“Na zona de Sever do Vouga muitos, muitas plantações de mirtilo foram queimadas e desapareceram completamente e o dinheiro não chegou a esses produtores”, relatou.

Para aquele dirigente associativo, “há várias entidades a intervir nos apoios, para baralhar“, defendendo por isso que o processo de atribuição devia ser centralizado no Ministério da Agricultura.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Deveria haver uma centralização do ministério para tratar só destes problemas e agir o mais rápido possível”, disse.

Em relação aos pequenos produtores florestais, a União está preocupada com a possibilidade de especulação no preço da madeira na sequência dos incêndios e exige a intervenção do Governo para intervir no mercado de forma a fazer face à eventual baixa do preço pago à produção.

Queremos que sejam criados parques de madeira a preços controlados, para receber a madeira desses produtores e pagar a toda a gente um preço justo, que seja minimamente equilibrado para colmatar esta tragédia”, defendeu.

Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, entre 15 e 20 de setembro, arderam em Portugal continental cerca de 135.000 hectares, dos quais mais de 116.000 nas regiões Norte e Centro, concentrando a maior parte da área ardida em território nacional.