Sean ‘Diddy’ Combs terá contactado, a partir da prisão onde se encontra detido, potenciais testemunhas e tentado influenciar a opinião pública, com o objetivo de condicionar os jurados que venham a participar no seu julgamento por crimes de tráfico e abuso sexual.
“O arguido demonstrou repetidamente, mesmo enquanto estava sob custódia, que desrespeitará flagrante e repetidamente as regras, a fim de impactar indevidamente o resultado do seu caso. O arguido demonstrou, por outras palavras, que não se pode confiar nele para cumprir regras ou condições”, escreveram os procuradores responsáveis pelo caso numa petição citada pela Associated Press.
A acusação alega ainda que se pode inferir do seu comportamento que Combs deseja “chantagear” vítimas e testemunhas para que mantenham o silêncio ou forneçam testemunhos favoráveis à sua defesa.
As revelações são feitas pelos procuradores em resposta à mais recente proposta da defesa de aplicação de uma fiança de 50 milhões de dólares em troca da libertação do magnata da música, que se encontra detido no Metropolitan Detention Center, em Brooklyn. A defesa de Diddy será ouvida esta semana.
Segundo os procuradores, uma análise das chamadas gravadas — feitas e recebidas por Combs na prisão — revela que este pediu aos familiares que contactassem potenciais vítimas e testemunhas e instou-os a criar “narrativas” para influenciar o júri. Referem ainda que foi o próprio músico e produtor que planeou e incentivou a implementação de estratégias de marketing para influenciar a opinião pública sobre os crimes pelos quais está acusado.
Combs terá começado a quebrar as regras assim que foi colocado no centro de detenção em Brooklyn, após a sua detenção em setembro, revela agora o Ministério Público norte-americano. Desde então que rejeita as acusações de coação e abuso de mulheres durante vários anos com a ajuda de uma rede de associados e funcionários. Antes de ser acusado e detido, defende a acusação, silenciaria as vítimas através de chantagem e violência, incluindo rapto, incêndio criminoso e espancamentos físicos.
A mais recente proposta de uma fiança de 50 milhões de dólares é já a terceira desde que o rapper foi detido em setembro. Até agora, a possibilidade de aguardar julgamento em liberdade foi sempre rejeitada pelos juízes, que concluíram que representa um perigo para a comunidade e que existe risco de fuga.
Julgamento de Sean ‘Diddy’ Combs arranca em 5 de maio em Nova Iorque
No novo pedido, a equipa de defesa considerou terem existido alterações substanciais à acusação, incluindo novas provas, o que, segundo os advogados, tornaria sensato libertar Combs para que este consiga preparar melhor a sua defesa. O início do julgamento está agendado para 5 de maio de 2025.