O ministro da Segurança Pública da China, Wang Xiaohong, pediu “mais medidas preventivas” para “manter a estabilidade social” após os últimos ataques indiscriminados registados no gigante asiático, foi esta quinta-feira noticiado.
“Devemos tomar medidas práticas para prevenir e controlar as fontes de risco. Para o fazer, devemos investigar minuciosamente cada caso e resolver os conflitos e disputas das pessoas antes que seja tarde demais”, disse Wang, citado pelo Diário do Povo.
De acordo com o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o ministro realçou, durante uma deslocação à província de Liaoning (nordeste), que as autoridades devem “reforçar as tarefas de prevenção” para “garantir a segurança da população e manter a estabilidade social”.
“Temos de resolver os problemas das pessoas com precisão. E à medida que o final do ano se aproxima, devemos também reforçar a fiscalização da segurança nos transportes rodoviários e nos grandes eventos”, acrescentou Wang.
Na terça-feira, o Ministério Público da China prometeu “punições severas, rigorosas e rápidas” para aqueles que cometessem “crimes hediondos” após uma recente vaga de ataques.
A procuradoria afirmou, em comunicado divulgado após uma reunião de trabalho, que irá implementar “uma abordagem de tolerância zero para crimes dirigidos contra alunos ou que comprometam a segurança escolar”.
A reunião sublinhou “a importância de processar tais casos de forma decisiva e rápida para alcançar um poderoso efeito dissuasor”.
A polícia da cidade chinesa de Changde, na província central de Hunan, deteve na terça-feira um homem de 39 anos acusado de atropelar vários peões em frente a uma escola.
As autoridades locais afirmaram que as vítimas, cujo número não foi divulgado e que foram levadas para o hospital, não apresentavam ferimentos que pusessem em risco a sua vida.
No último ano, multiplicaram-se no país asiático os ataques indiscriminados contra transeuntes.
Na semana passada, um homem conduziu um automóvel contra um grupo de pessoas à porta de um centro desportivo em Zhuhai (sul), cidade que faz fronteira com Macau, provocando pelo menos 35 mortos e 43 feridos.
Em fevereiro, um homem matou pelo menos 21 pessoas na província oriental de Shandong com uma faca e uma pistola.
Em julho, um automobilista de 55 anos atropelou uma multidão em Changsha (centro da China), matando oito pessoas, na sequência de um litígio sobre propriedade.
Em outubro, um homem de cerca de 50 anos esfaqueou cinco pessoas à porta de uma escola em Pequim, incluindo três crianças.
Os motivos são muitas vezes pouco claros ou não são tornados públicos, mas a imprensa local classifica frequentemente estes episódios como “vingança contra a sociedade”, ou seja, ataques em que o agressor atua contra pessoas inocentes por frustração devido a disputas legais, sentimentais ou comerciais.