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Primeiro foram os Estados Unidos da América (EUA). Numa situação tensa entre o Ocidente e a Rússia, por causa da permissão para que a Ucrânia utilize mísseis de longo de alcance, a embaixada norte-americana em Kiev informou que “recebeu informações precisas sobre um possível ataque aéreo significativo” esta quarta-feira de manhã e as instalações foram encerradas. Seguiram-se os corpos diplomáticos de alguns países europeus, como Itália, Espanha e Grécia. Da parte da tarde, foi a vez de Portugal e do Canadá encerrarem a sua embaixada.
“Como medida de precaução, a embaixada vai ser encerrada e os funcionários da embaixada são aconselhados a procurar abrigo em caso de ataque”, refere uma nota da embaixada norte-americana, recomendando aos cidadãos dos Estados Unidos na Ucrânia para procurarem abrigo em caso de alerta aéreo.
No entanto, a situação rapidamente se alterou. A meio da tarde, a embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink, assinalou que a embaixada “retomou os serviços após uma suspensão temporária”, não detalhando, contudo, se a embaixada reabriria portas. “Continuamos a encorajar os cidadãos dos EUA a manterem-se vigilantes, a monitorizarem fontes ucranianas para atualização e a estarem em abrigos caso haja um alerta aéreo”, escreveu a diplomata no X (antigo Twitter).
.@USEmbassyKyiv has resumed services following a temporary shelter-in-place suspension earlier today. We continue to encourage U.S. citizens to remain vigilant, monitor official Ukrainian sources for updates, and be prepared to shelter in place if an air alert is announced.…
— Ambassador Bridget A. Brink (@USAmbKyiv) November 20, 2024
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, sublinhou, num briefing diário, que a embaixada norte-americana deveria reabrir portas esta quinta-feira.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, admitiu que a embaixada portuguesa poderá ser reaberta esta quinta-feira. Em declarações à RTP3, desde São Paulo, o governante fez questão de frisar que estes episódios “repetem-se” com frequência. “Por várias vezes abre num dia, encerra no outro. De manhã é evacuada, à hora do almoço é reaberta”, disse.
“Já aconteceu muitas vezes”, repetiu Paulo Rangel, explicando que a decisão foi tomada em consulta com os “aliados” de Portugal. O chefe da diplomacia portuguesa frisou que, num país que está em guerra, este é o “quotidiano de uma embaixada”. “Já foram por várias vezes” tomadas decisões deste género, reiterou.
Por sua vez, a Ucrânia reagiu com desagrado ao encerramento das embaixadas ocidentais. As autoridades ucranianas acusaram a Rússia de espalhar desinformação de que haveria um ataque em grande escala esta quarta-feira, no que descreveu como “um ataque psicológico de informação massivo”.
Segundo as autoridades, a “mensagem que está a ser espalhada através das redes sociais sobre a ameaça de um ataque ‘particularmente massivo’ de mísseis e bombas nas cidades ucranianas hoje”. “Esta mensagem é falsa, contém erros gramaticais típicos de informação e operações psicológicas russas”, lê-se ainda na nota.
No discurso diário, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou também o “frenesim de informações” que teve lugar esta quinta-feira com algumas “mensagens de pânico”. “Isto apenas beneficia a Rússia”, expôs o Chefe de Estado.