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Primeiro foram os Estados Unidos da América (EUA). Numa situação tensa entre o Ocidente e a Rússia, por causa da permissão para que a Ucrânia utilize mísseis de longo de alcance, a embaixada norte-americana em Kiev informou que “recebeu informações precisas sobre um possível ataque aéreo significativo” esta quarta-feira de manhã e as instalações foram encerradas. Seguiram-se os corpos diplomáticos de alguns países europeus, como Itália, Espanha e Grécia. Da parte da tarde, foi a vez de Portugal e do Canadá encerrarem a sua embaixada.

“Como medida de precaução, a embaixada vai ser encerrada e os funcionários da embaixada são aconselhados a procurar abrigo em caso de ataque”, refere uma nota da embaixada norte-americana, recomendando aos cidadãos dos Estados Unidos na Ucrânia para procurarem abrigo em caso de alerta aéreo. 

No entanto, a situação rapidamente se alterou. A meio da tarde, a embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink, assinalou que a embaixada “retomou os serviços após uma suspensão temporária”, não detalhando, contudo, se a embaixada reabriria portas. “Continuamos a encorajar os cidadãos dos EUA a manterem-se vigilantes, a monitorizarem fontes ucranianas para atualização e a estarem em abrigos caso haja um alerta aéreo”, escreveu a diplomata no X (antigo Twitter).

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, sublinhou, num briefing diário, que a embaixada norte-americana deveria reabrir portas esta quinta-feira.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, admitiu que a embaixada portuguesa poderá ser reaberta esta quinta-feira. Em declarações à RTP3, desde São Paulo, o governante fez questão de frisar que estes episódios “repetem-se” com frequência. “Por várias vezes abre num dia, encerra no outro. De manhã é evacuada, à hora do almoço é reaberta”, disse.

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“Já aconteceu muitas vezes”, repetiu Paulo Rangel, explicando que a decisão foi tomada em consulta com os “aliados” de Portugal. O chefe da diplomacia portuguesa frisou que, num país que está em guerra, este é o “quotidiano de uma embaixada”. “Já foram por várias vezes” tomadas decisões deste género, reiterou.

Por sua vez, a Ucrânia reagiu com desagrado ao encerramento das embaixadas ocidentais. As autoridades ucranianas acusaram a Rússia de espalhar desinformação de que haveria um ataque em grande escala esta quarta-feira, no que descreveu como “um ataque psicológico de informação massivo”.

Segundo as autoridades, a “mensagem que está a ser espalhada através das redes sociais sobre a ameaça de um ataque ‘particularmente massivo’ de mísseis e bombas nas cidades ucranianas hoje”. “Esta mensagem é falsa, contém erros gramaticais típicos de informação e operações psicológicas russas”, lê-se ainda na nota.

No discurso diário, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou também o “frenesim de informações” que teve lugar esta quinta-feira com algumas “mensagens de pânico”. “Isto apenas beneficia a Rússia”, expôs o Chefe de Estado.