Diz que Pete Hegseth a levou-a para um quarto de hotel, lhe tirou o telemóvel, lhe bloqueou a porta, se recusou a deixá-la sair e que a forçou a ter relações sexuais. Os detalhes daquilo que terá acontecido em 2017 foram apresentados à polícia pela alegada vítima do homem que foi escolhido por Donald Trump para o cargo de secretário da Defesa norte-americano na sua nova administração — e que está acusado de agressão social.

Já era público que Hegseth tinha pago a uma mulher para manter o silêncio sobre o caso em questão. Os pormenores da acusação estão agora registado num relatório da autoridade policial relativo à queixa. O documento de 22 páginas, citado pela Associated Press, remonta a 12 de outubro de 2017. Inclui alegações de uma mulher que disse à polícia que foi abusada sexualmente por Hegseth depois de estar com ele num bar de hotel em Monterey, Califórnia, após um evento de mulheres republicanas onde o escolhido de Trump tinha acabado de discursar.

Candidato de Trump para Defesa pagou silêncio de mulher que o acusava de agressão sexual

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A vítima do alegado abuso sexual alega que tem como última memória dessa noite ter saído do bar onde tinha estado com Hegseth. Depois disso, assume que este a terá seguido. A memória seguinte já tem como cenário um quarto de hotel desconhecido, onde o apresentador lhe terá tirado o telemóvel e lhe terá vedado o acesso à saída.

A mulher diz que se levantou e tentou sair do quarto, mas que Hegseth lhe bloqueou a porta com o seu próprio corpo. À polícia, relatou que disse muitas vezes que “não” e relatou os poucos  flashes que diz ter da agressão sexual que acabou, assegurou, por ser consumada.

Hegseth, que durante anos foi apresentador da Fox News, disse então à polícia que o encontro foi consensual e negou qualquer irregularidade, refere o relatório.

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Segundo o mesmo documento, a mulher afirmou que observou, mais cedo, Pete Hegseth “a agir de forma inadequada” com as mulheres na conferência, por exemplo, “acariciando-lhes as pernas”. No mesmo dia, relatou, Hegseth chegou a dizer-lhe que, apesar do seu comportamento, era um “bom rapaz”.

Antes do relatório ser conhecido, o advogado do republicano já tinha vindo a público justificar o pagamento à mulher, em 2023. Alega que o seu cliente pretendia evitar a ameaça de um processo infundado contra ele.