O lutador Conor McGregor foi, esta sexta-feira, condenado por violação e, de acordo com a sentença do tribunal de Dublin, terá de pagar 248 mil euros a Nikita Hand. O caso aconteceu em 2018, num quarto de hotel na capital irlandesa, e a vítima refere que a sua história é “um lembrete de que, por muito medo que se tenha de falar, se tem sempre uma voz”.

À saída do tribunal, Hand fez um discurso, emocionada, em que salientou o espírito de persistência, luta e justiça com que combateu este caso. Dirigiu-se à sua filha, Freya, e a todos os jovens para transmitir a mensagem que “se podem defender caso alguma coisa aconteça, independentemente de quem seja a pessoa, e que a justiça será feita”. Para além de McGregor, Nikita Hand também acusou James Lawrence de violação, num caso que ocorreu ao mesmo tempo que o do ex-campeão na UFC (Ultimate Fighting Championship).

Ambos os homens negam qualquer agressão e reiteram que as relações sexuais em questão foram integralmente consensuais. Enquanto que no caso de Lawrence o acusado foi declarado inocente, o mesmo não se verificou com McGregor. Depois de onze dias de julgamento e mais de seis horas à espera do veredito final, a BBC conta que o lutador de artes marciais mistas (MMA) “abanou a cabeça” depois de conhecida a decisão dos jurados.

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Posteriormente, Conor McGregor reagiu à decisão do tribunal na rede social X, onde anunciou que irá pedir um recurso — uma publicação posteriormente apagada. “Estou desiludido com o facto de os jurados não terem ouvido todas as provas que a procuradoria-geral analisou”, escreve o irlandês, mencionando ainda que a “instrução do juiz e a modesta indemnização concedida foi por agressão e não por danos agravados ou exemplares”.

Em tribunal, Nikita Hand descreveu o acontecimento traumático, confessando que Conor McGregor lhe provocou “hematomas e escoriações extensas no seu corpo” e que foi colocada em “posição de estrangulamento” pelo lutador de MMA. Sobre estas acusações, McGregor não assume as culpas e afirma que as marcas corpo de Hand poderiam ter sido provocadas por um “salto de cabeça” para a banheira do quarto de hotel. A profissional de saúde que a tratou relatou ao tribunal que há muito tempo que não via “alguém tão magoado”.

Devido aos acontecimentos no quarto do Hotel Beacon na capital irlandesa, em 2018, Nikita Hand demitiu-se do seu emprego enquanto cabeleireira e não esteve em condições para trabalhar desde então, por motivos de saúde mental. Adicionalmente, Hand revelou, então, que se encontrava em graves dificuldades financeiras.