Era bem mais do que uma fase negativa, um mau período ou um calendário complicado. Esta terça-feira, o Manchester City recebia o Feyenoord depois de cinco derrotas consecutivas, o pior registo do clube nos últimos anos e o pior registo de toda a carreira de Pep Guardiola. Em pleno Etihad, os citizens precisavam de ganhar não apenas para carimbar pontos na Liga dos Campeões — mas principalmente para deixar para trás uma gigantesca nuvem negra.

Depois de Tottenham, Bournemouth, Sporting, Brighton e novamente Tottenham, o Manchester City defrontava o Feyenoord no 10.º lugar da Liga dos Campeões, ou seja, em zona de apuramento para o playoff e não em zona de acesso direto aos oitavos de final da competição. Uma semana depois de renovar contrato por mais duas temporadas, Guardiola atravessava a fase mais complicada desde que chegou a Inglaterra, mas tinha a capacidade de manter o otimismo.

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“Tenho a sensação de que vamos fazer coisas muito boas esta temporada. Não desisto e tenho a sensação de que vamos estar nas decisões. Acho que merecemos alguma paciência quando perdemos jogos. Estamos a defender um legado e isso é sempre difícil. O que quero é compromisso por parte dos meus jogadores, para fazermos o que ainda temos de fazer. É muito difícil defender o sucesso que já tivemos, é por isso que estou tão relaxado. E é por isso que quero o compromisso, o compromisso, o compromisso e o compromisso. Precisamos de ganhar um jogo”, disse o treinador espanhol na antevisão à partida desta terça-feira.

Do outro lado, porém, estava um Feyenoord que vinha de três vitórias seguidas nos Países Baixos, mas precisava de pontos na Liga dos Campeões. Os neerlandeses aterravam em Manchester com duas vitórias e duas derrotas, sendo que um dos triunfos foi na Luz e contra o Benfica, e surgiam na cauda da zona de apuramento para o playoff de acesso aos oitavos de final.

Neste contexto, Guardiola lançava Matheus Nunes e Gündoğan no meio-campo, com Bernardo, Phil Foden e Jack Grealish no apoio a Haaland, sendo que Rúben Dias já aparecia no banco de suplentes. Já Brian Priske tinha Igor Paixão, Julián Carranza e Hadj-Moussa no ataque, para além do crónico Hwang no meio-campo, e deixava ainda Santiago Giménez no banco.

O Manchester City abriu o marcador ainda na primeira parte, de grande penalidade, com Haaland a converter o castigo máximo depois de ele próprio ter sofrido falta de Timber (44′). Os citizens aumentaram a vantagem logo depois do intervalo, com Gündoğan a beneficiar de um desvio em Dávid Hancko para enganar o guarda-redes Wellenreuther (50′), e pareceram fazer xeque-mate com o bis de Haaland, que voltou a marcar após assistência de Matheus Nunes (53′).

A 15 minutos do fim, quando a crise parecia arrumada e Pep Guardiola já respirava com outra cadência, tudo começou a mudar. Hadj-Moussa reduziu a desvantagem do Feyenoord (75′), Santiago Giménez fez o segundo dos neerlandeses logo depois (82′) e Hancko, à beira dos descontos, fez o impensável e empatou (89′). O Manchester City desperdiçou uma vantagem larga e não foi além de uma igualdade com o Feyenoord, somando o sexto jogo sem ganhar e afundando ainda mais numa crise que já é inegável.

À mesma hora, mas na Catalunha, o Barcelona recebeu o surpreendente Brest. Os catalães vinham de dois jogos sem vencer, entre uma derrota com a Real Sociedad e um empate com o Celta Vigo, mas o sexto lugar na Liga dos Campeões oferecia alguma margem de manobra contra uns franceses que ainda não tinham perdido no ano de estreia na competição.

Os catalães abriram o marcador nos instantes iniciais, com Lewandowski a converter uma grande penalidade que ele próprio sofreu (10′) e a tornar-se apenas o terceiro jogador de sempre a marcar 100 golos na Liga dos Campeões, juntando-se a Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Dani Olmo aumentou a vantagem já na segunda parte, com um lance individual brilhante (66′), e o mesmo Lewandowski fechou as contas já nos descontos após assistência de Alejandro Balde (90+2′).

O Barcelona venceu o Brest na Catalunha, impondo a primeira derrota europeia dos franceses, e respondeu da melhor maneira aos tais dois jogos sem ganhar, mantendo-se na zona de apuramento direto para os oitavos de final da Liga dos Campeões.