A vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, convocada pela justiça filipina após declarações que a levaram a ser acusada de conspiração contra o Presidente Ferdinand Marcos, negou esta terça-feira qualquer intenção de assassinar o antigo aliado.
Duterte descreveu as acusações de conspiração como uma farsa e disse num comunicado que os seus comentários refletiam apenas a consternação pelo “fracasso [do governo de Marcos] em servir os filipinos enquanto persegue magistralmente os inimigos políticos”.
Sara Duterte, 46 anos, filha do ex-presidente Rodrigo Duterte (2016-2022), candidatou-se à vice-presidência ao lado de Marcos nas eleições presidenciais de 2022, e ambos obtiveram vitórias esmagadoras com base numa campanha de unidade nacional.
Devido a divergências, romperam relações este ano e a vice-presidente demitiu-se em junho do cargo de secretária da Educação, abandonando o Governo.
No entanto, continua a ser vice-presidente porque este cargo é eleito separadamente do chefe de Estado nas Filipinas, pelo que, constitucionalmente, continua a ser a sucessora de Marcos, caso o Presidente não consiga completar o mandato.
A vice-presidente foi acusada de conspiração e convocada pela justiça depois de uma conferência de imprensa no fim de semana, durante a qual insultou Marcos e disse que tinha ordenado a sua morte caso ela própria fosse assassinada.
“O bom senso deve permitir-nos compreender e aceitar que um alegado ato condicional de vingança não constitui uma ameaça ativa”, defendeu Duterte, citada pela agência francesa AFP.
Sara Duterte estava já a ser investigada pela Câmara dos Representantes, presidida por Martin Romualdez, primo do Presidente. Segundo os observadores, Romualdez e Duterte deverão competir nas eleições presidenciais de 2028.
Há alguns meses, o pai de Sara Duterte acusou Marcos de ser um toxicodependente. Um dia depois, o Presidente alegou que a saúde de Rodrigo Duterte estava a piorar devido ao uso prolongado de fentanil, um opioide. Os dois não forneceram provas para as alegações.