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Foram várias as suspeitas e acusações lançadas por vários países da Europa relativamente a atos de sabotagem da Rússia nos últimos tempos. De acordo com o diretor dos serviços secretos da Alemanha (Bundesnachrichtendienst), estes ataques russos poderão levar a NATO a decidir invocar a sua cláusula de defesa mútua, o artigo 5º.

“Sabotagem e atos de violência”: NATO denuncia “atividades malignas” da Rússia contra aliados

“A utilização extensiva de medidas híbridas pela Rússia aumenta o risco de a NATO vir a considerar a possibilidade de invocar a sua cláusula de defesa mútua do Artigo 5º”, disse Bruno Kahl, citado pela Reuters.

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Segundo esta condição prevista no Tratado do Atlântico Norte, “um ataque armado contra um ou mais membros da Aliança, deve ser considerado um ataque contra todos” e, consequentemente, “os restantes Estados deverão tomar as ações que considerem necessárias para ajudar os países atacados”, incluindo, mas não obrigando o “uso de forças armadas”. Uma disposição importante referida neste Tratado, que também indica que “qualquer ataque armado e todas as medidas tomadas em resultado de dita ofensiva inicial devem ser reportadas ao Conselho de Segurança”.

Ora, apesar de Kahl colocar em cima da mesa a hipótese da NATO acionar esta cláusula, isto não significa que todos os 32 Estados-membros têm de se envolver no conflito de forma armada.

Kahl defendeu também que “o aumento crescente do potencial militar russo significa que um confronto militar direto com a NATO se torna uma opção possível para o Kremlin”, acrescentou, apesar de não ter nenhuma indicação que Moscovo pretende espoletar uma guerra com a Aliança.

Bruno Kahl acredita que o objetivo da Rússia é testar ao máximo as linhas vermelhas definidas pelo Ocidente, procurando “derrotar a união ocidental e a NATO enquanto aliança defensiva”. Por outras palavras, “este alvo seria atingido se o artigo 5º permanecesse sem efeito em caso de ataque russo”, adiantando que a missão poderá passar pela intervenção de soldados em regiões dos países bálticos para “proteger minorias russas alegadamente ameaçadas” ou “ajustar as fronteiras em Svalbard”.