O Presidente russo, Vladimir Putin, comentou, esta quinta-feira, o episódio em que soltou a sua cadela Labrador Retriever Koni durante uma reunião, na sua residência oficial de Sochi, em 2007, com Angela Merkel. Numa conferência de imprensa em Astana, o líder da Rússia garantiu que “não sabia” que a antiga chanceler alemã “tinha medo de cães”.
“Eu queria criar um ambiente descontraído e agradável”, afirmou Vladimir Putin, citada pela agência RIA. No seu livro de memórias publicado nos últimos dias, a ex-chanceler relata, no entanto, uma versão diferente. Angela Merkel assegura que transmitiu a mensagem à sua equipa para informar o Presidente russo do seu desejo de não ter cães durante as reuniões entre ambos, devido a ter medo.
Merkel recorda dia em que Putin soltou cadela em plena reunião para “enviar sinais ao mundo”
O Chefe de Estado da Rússia assegurou que, na reunião, “nunca” quis colocar a antiga chanceler numa situação desconfortável. “Parti do facto de que na Europa, na Alemanha, eles tratam os animais de estimação de forma muito positiva”, explicou Vladimir Putin.
Além disso, Vladimir Putin indicou que “pediu desculpas” à antiga líder da Alemanha pelo sucedido. “‘Angela, por favor, perdoe-me. Eu não queria causar qualquer stress emocional para si'”, recordou ter dito Presidente russo.
A versão de Angela Merkel é diferente. Segundo a antiga chanceler, enquanto posava com o Presidente para as fotografias, a “expressão de Putin dizia claramente que ele achava a situação divertida”.
Angela Merkel sustenta que esta ação foi uma tentativa do líder do Kremlin de “enviar sinais” ao mundo. “Putin mostrou ao público, a outro nível, como pretendia enviar sinais, se necessário com a ajuda da sua labrador preta, Koni, que frequentemente tinha ao seu lado quando recebia convidados estrangeiros”, defendeu.
“Só queria ver como reage uma pessoa em apuros? Foi uma pequena demonstração de poder? Só pensei em não perder a calma, focar-me nos fotógrafos, vai passar. Quando terminei a reunião, não discuti o assunto com Putin e limitei-me, como faço frequentemente, à regra da aristocracia inglesa: ‘Nunca explique, nunca reclame’”, escreveu a política alemã nas suas memórias.