Sete. São sete jogos, desde o dia 30 de outubro até este domingo, sem qualquer vitória. Desde o fim de outubro que o Manchester City não sabe o que é ganhar, entre seis derrotas e um empate, e desde o fim de outubro que a crise do Manchester City passou de ideia a certeza. Agora, a hecatombe aconteceu contra o Liverpool — e deixou a equipa de Pep Guardiola fora dos quatro primeiros lugares da Premier League e a 11 pontos da liderança.

A semana, desde logo, não tinha sido fácil. O Manchester City chegou à Liga dos Campeões com a intenção de dar um pontapé na crise, depois da derrota em casa com o Tottenham, e tudo parecia bem encaminhado até ao último quarto de hora e com três golos de vantagem. Aí, porém, o Feyenoord conseguiu marcar outros três golos, empatar e prolongar a crise dos citizens, deixando Pep Guardiola à beira de um ataque de nervos.

“Pressão? Vocês não conseguem imaginar o quanto me pagam. Vem com o meu salário. Se não quero essa pressão, despeço-me. Vou para casa e não tenho este peso nos ombros. Todos os treinadores o têm. Não queres ser criticado? É injusto? Meu amigo, é o que é. Se não vences, as pessoas vão rir-se de ti, as pessoas vão gozar contigo. Ainda para mais tendo em conta que nós já vencemos tanto. Não queres lidar com isso? Vai para casa. Os jogadores têm de ser conduzidos e eu sou o responsável por isso, mas quero fazê-lo. A partir do momento em que sentir que não quero que me sigam, que acabou ou que estou cansado, vou para casa”, disse o treinador espanhol na antevisão da visita a Anfield para defrontar o Liverpool, que vinha de uma vitória contra o Real Madrid na Liga dos Campeões.

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Ora, com Rúben Dias, Bernardo e Matheus Nunes no onze inicial, para além de Rico Lewis, Phil Foden e Haaland, o Manchester City enfrentava um Liverpool hiper motivado — e preparado para uma temporada onde vai claramente lutar para conquistar a Premier League e a Liga dos Campeões. Arne Slot colocava Salah, Szoboszlai e Gakpo no apoio a Luis Díaz, sendo que Darwin e Curtis Jones eram ambos suplentes, e os reds nem precisaram de um quarto de hora para abrir o marcador.

Gakpo colocou o Liverpool a ganhar logo nos minutos iniciais, com Salah a cruzar na direita e o avançado neerlandês a encostar junto ao poste (12′), e Salah acabou por fechar as contas já na segunda parte, de grande penalidade (78′), depois de Stefan Ortega fazer falta sobre Luis Díaz. O Manchester City mostrou-se quase sempre inofensivo, não teve capacidade para contrariar a superioridade adversária e somou o sétimo jogo consecutivo sem ganhar e a quarta derrota consecutiva na Premier League — algo que não acontecia no clube desde 2008 e que nunca tinha acontecido na carreira de Pep Guardiola.

Pep Guardiola que terminou o jogo a ouvir das bancadas de Anfield, através das vozes dos adeptos do Liverpool, que iria ser despedido na manhã desta segunda-feira, um cântico habitual em Inglaterra sempre que um clube em crise é novamente derrotado. Guardiola, por seu lado, sorriu e optou por fazer o número 6 com as mãos, simbolizando as seis vezes em que já foi campeão inglês. Os reds, porém, mantêm-se na liderança da Premier League com mais nove pontos do que Arsenal e Chelsea, dando passos firmes rumo à conquista do título.