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Dezenas de colonos israelitas atacaram, esta quarta-feira, palestinianos e destruíram carros e casas em aldeias da Cisjordânia ocupada, depois de militares de Israel terem desalojado na terça-feira um posto de colonos em Nablus.
Pelo menos uma casa e dois carros, nas aldeias de Huwara e Beit Furik, na Cisjordânia ocupada, foram queimados ao início da manhã pelos colonos em protesto pelo desalojamento do posto avançado.
Para além disso, de acordo com fontes locais, o proprietário da casa, de 70 anos, e as duas crianças presentes, ficaram feridos durante a revolta em Huwara, com pedras e objetos lançados.
Em Beit Furik, três incêndios ateados pelos colonos foram controlados pela Defesa Civil e por equipas de bombeiros.
“É tempo de lhe chamar o que é: o terrorismo dos colonos está a aumentar, encorajado pelo governo israelita”, adiantou a ONG Peace Now, que controla a expansão dos colonatos ilegais, de acordo com o direito internacional, na Cisjordânia ocupada por Israel.
De acordo com fontes militares, pelo menos dois membros da polícia de fronteira ficaram feridos durante os ataques, enquanto na aldeia de Rujeib, situada na cidade de Nablus, as tropas entraram em “confronto verbal e físico” com cerca de 20 colonos.
Vários israelitas foram presos para serem interrogados. “Condenamos todas as formas de violência contra o exército e consideramos estes incidentes extremamente graves”, declarou o exército em comunicado, sem especificar o número de detidos.
Segundo o canal de televisão israelita Kan, seis colonos foram detidos.
A violência dos colonos contra a população palestiniana aumentou desde o começo da guerra entre Israel e Hamas, com o ataque do grupo a 7 de outubro de 2023, altura em que foram estabelecidos cerca de 50 novos postos avançados na Cisjordânia sem oposição do governo, o que elevou o total para mais de 220 instalações deste género, de acordo com a Peace Now.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários comunicou que os ataques de colonos israelitas contra palestinianos triplicaram durante a época da colheita da azeitona de 2024, em comparação com os três anos anteriores.
A ONU documentou 250 incidentes violentos em 88 comunidades da Cisjordânia, nos quais mais de 50 palestinianos foram feridos por colonos e 11 feridos pelas forças israelitas, entre 1 de outubro e 25 de novembro.
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