A catedral de Notre Dame, em Paris, foi reinaugurada este sábado numa cerimónia que contou com a presença de mais de 50 chefes de Estado, como Donald Trump e Volodymyr Zelensky. Cerca de 10 minutos depois das 18h (em Lisboa), os sinos tocaram e o arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, bateu três vezes com o seu báculo nas portas fechadas da catedral. Estava dado o mote para a reabertura. 

“Irmãos e irmãs, entremos agora na Notre Dame. Abri as vossas portas para reunir na alegria os filhos de Deus dispersos”, disse o arcebispo, na altura em que as portas se abriram. De seguida, Brigitte e Emmanuel Macron, o casal presidencial francês, entraram na catedral e assistiram a um vídeo que recordou o incêndio que a destruiu em 2019, bem como o trabalho de reconstrução que se seguiu.

[Recorde aqui a cerimónia:]

Os bombeiros e os trabalhadores que ajudaram a salvar do fogo e, depois, a reconstruir a Notre Dame foram recebidos com uma ovação enquanto a palavra “obrigada” era projetada na fachada da catedral, segundo o Le Monde. Seguiu-se um dueto de violino e violoncelo por parte dos irmãos Gauthier e Renaud Capucon, que interpretaram a Passacaglia, de Georg Friedrich Händel.

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Depois, Emmanuel Macron começou a discursar perante os convidados e expressou a “gratidão da nação francesa a todos os que salvaram, ajudaram e reconstruiram a Notre Dame”. O Presidente francês aproveitou também para agradecer a todos os que estavam presentes no momento em que a catedral era “devolvida” aos “católicos, a Paris, a França e ao mundo inteiro”.

Destacando a “fraternidade de um povo determinado a fazer grandes escolhas”, o líder francês evocou a história de França e agradeceu “cada ajuda” e “cada gesto” para salvar a catedral. “Redescobrimos o que as grandes nações podem fazer: reconstruir o impossível.”

Por fim, segundo o Le Parisien, Emmanuel Macron comoveu-se ao anunciar o “despertar” do grande órgão, com oito mil tubos: “Esta noite, podemos partilhar a alegria e o orgulho […] Viva a Notre Dame, viva a República, viva a França”, concluiu. Minutos depois, ao ressoarem as primeiras notas do órgão após cinco anos de ausência, a emoção foi também visível entre os convidados.

Durante a cerimónia, em que Portugal esteve representado pela secretária de Estado da Cultura, Maria de Lurdes Craveiro, foi ainda transmitida uma mensagem do Papa Francisco, que não pôde estar presente e que disse esperar que “o renascimento da Notre Dame seja o sinal profético da renovação da Igreja em França”. Além disso, escreve o Le Figaro, Francisco apelou a um “acolhimento generoso e gratuito” da “imensa multidão” que se espera que visite a catedral ainda este sábado.

Horas antes, Macron recebeu Donald Trump, Presidente eleito norte-americano (que toma posse em janeiro), e Volodymyr Zelensky, homólogo ucraniano, no Palácio do Eliseu. Macron começou por receber primeiro Trump, naquela que é a primeira deslocação do republicano depois da vitória nas eleições norte-americanas. O Presidente ucraniano juntou-se mais tarde e o encontro entre os três durou cerca de meia hora.

Foi depois deste encontro que o Presidente francês se dirigiu para a entrada da Notre Dame para receber os convidados, como, por exemplo, o príncipe William e o empresário Elon Musk. Dentro da catedral, Zelensky foi recebido com aplausos, aponta o jornal Le Figaro.

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Após as cerimónias da reinauguração da Notre Dame, foi oferecido um jantar no Palácio Eliseu. Já este domingo, de manhã (por volta das 9h30), vai realizar-se a missa inaugural da catedral com a consagração do novo altar. O arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, vai presidir à missa na presença de mais de 150 bispos de França e também de Emmanuel Macron.