O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, despediu-se esta quarta-feira dos Países Baixos com um concerto do fadista Camané, considerou que a sua visita de Estado superou expectativas e disse que vai embora com saudade.

Num discurso em inglês, numa receção que ofereceu aos reis dos Países Baixos, Willem-Alexander e Máxima, em retribuição pelo banquete de Estado de terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa deixou um convite à princesa Catharina-Amalia, herdeira do trono, para visitar Portugal.

“Não resisto a um pequeno improviso, que é o de convidar sua alteza real a princesa Amalia, um nome que é também muito português, a visitar, numa das suas primeiras visitas oficiais — curta, prometo — o nosso país”, disse.

O chefe de Estado agradeceu aos reis dos dos Países Baixos a “excecional e calorosa hospitalidade” e manifestou-se “profundamente inspirado” pelos lugares onde esteve, “pelos intercâmbios frutíferos” e “pelas oportunidades” reveladas durante esta visita. “As nossas grandes expectativas foram superadas”, considerou.

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Por outro lado, deixou “uma nota de profunda gratidão e orgulho” pela “forma como os cidadãos portugueses foram acolhidos e integrados nos Países Baixos”, referindo que conheceu “muitos portugueses brilhantes que trabalham, estudam, investigam nas áreas mais avançadas” e não tem dúvidas de que “trazem um valor acrescentado”.

“Nestes tempos difíceis e incertos”, o chefe de Estado assegurou “inabalável empenho e ambição no relacionamento e amizade entre Portugal e os Países Baixos”.

Marcelo afirma que não vai ter “nenhumas saudades” de ser Presidente e promete “não falar mais de política” quando deixar Belém

Durante a sua intervenção de despedida, Marcelo Rebelo de Sousa citou Espinosa, “filósofo holandês com pais judeus sefarditas portugueses”, e também o futebolista e treinador Johan Cruyff, “outro grande holandês”, sobre a importância de “aprender para compreender” e de “trabalhar em conjunto”.

Depois, convidou os reis, o primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, e demais presentes no auditório do Instituto Tropical Real, em Amesterdão, a ouvir um concerto de fado do “melhor dos melhores”, Camané, alguém que “mostra que o fado não é uma canção conservadora, pelo contrário”.

“São melodias melancólicas. Em português dizemos saudade. É o que sinto ao deixar os Países Baixos”, disse o Presidente da República, acrescentando: “Por favor, aproveitem. É Portugal que vos agradece esta visita e a vossa amizade”.

Nesta visita de Estado de dois dias, Marcelo Rebelo de Sousa passou por Amesterdão, Haia e Delft, teve encontros com os reis e o primeiro-ministro neerlandês e visitou o Senado e a Câmara dos Representantes. Antes, na segunda-feira, reuniu-se com portugueses e lusodescendentes.

Acompanharam-no nesta deslocação o ministro da Economia, Pedro Reis, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos, o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, e os deputados Eurico Brilhante Dias, do PS, Isaura Morais, do PSD, Marta Martins da Silva, do Chega, e Mário Amorim Lopes, da IL.

Os reis Willem-Alexander e Máxima estiveram em Portugal em visita de Estado em outubro de 2017.