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Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 da União Europeia (UE) reúnem-se, esta segunda-feira, em Bruxelas para abordar os últimos desenvolvimentos no Médio Oriente, nomeadamente a queda do regime sírio, mas também focando atenções na Geórgia e na Ucrânia.
A reunião desta segunda-feira é a primeira a ser conduzida pela nova Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas (ex-primeira-ministra da Estónia).
Portugal está representado no encontro pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Os governantes com a pasta da diplomacia dos 27 países do bloco político-social discutirão a queda do regime sírio de Bashar al-Assad, na sequência de uma ofensiva relâmpago conduzida por uma coligação opositora, liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe) e que inclui fações pró-turcas.
Em discussão vai estar uma resposta coordenada da UE em relação ao novo poder instalado em Damasco, que entretanto nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.
A queda do regime de Bashar al-Assad, que sucedeu ao pai Hafez em 2000, ditou o fim de cinco décadas de poder da família do ex-Presidente, mas também está a lançar várias interrogações sobre o futuro deste país devastado e fraturado por 13 anos de guerra civil, um conflito que ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos jihadistas.
O HTS nasceu de um grupo de líderes descontentes com a organização Jabhat al-Nusra, afiliada da Al-Qaida, que operava na Síria desde 2011. Apesar deste corte com a Al-Qaida e da adoção de posições mais moderadas, o HTS continua a ser considerado um grupo terrorista por vários países e pela UE.
Nesta reunião, os ministros europeus vão também adotar formalmente o 15.º pacote de sanções contra a Rússia, visando em particular a sua “frota fantasma” de petroleiros que permite a Moscovo contornar as sanções ocidentais sobre a venda de petróleo russo.
Ainda no dossiê Rússia/Ucrânia, os ministros irão abordar a aplicação de potenciais sanções a agentes dos serviços secretos russos acusados de realizar ataques híbridos — como por exemplo atos de sabotagem — na UE, indicaram fontes diplomáticas em Bruxelas, citadas pela AFP.
De acordo com estas fontes, uma lista composta por cerca de 16 indivíduos e três entidades estará em análise.
O afastamento da Geórgia do percurso rumo à adesão ao bloco comunitário e os resultados das eleições legislativas de 26 de outubro, que não são reconhecidos pela generalidade dos países, também vão ser alvo da discussão ministerial, nomeadamente a possibilidade de sanções contra elementos do governo (classificado como pró-russo) em funções.
Ainda no encontro vai ser discutido o cessar-fogo no Líbano, entre o grupo miliciano Hezbollah e o exército israelita, em vigor desde 27 de novembro.
Os ministros também vão debater o acordo de associação com Israel. O anterior Alto Representante da UE Josep Borrell defendia a suspensão do diálogo político com Telavive por causa das incursões militares israelitas consideradas desproporcionadas no enclave palestiniano da Faixa de Gaza.