Um homem de costas está debruçado sobre a mala aberta de um carro e, no seu interior, há um volume envolto em plástico branco do tamanho de um cadáver humano. A polícia de Espanha deteve um casal suspeito de ter matado um homem que estava desaparecido há um ano depois de observar a imagem descrita na aplicação Google Maps, noticia o El País.

O momento foi captado em outubro de 2023 durante uma atualização da aplicação, que permite navegar virtualmente por qualquer ponto do planeta. Há 15 anos que o Google Maps não atualizava as imagens das ruas da pequena localidade de Tajueco, em Espanha, onde vivem cerca de 60 pessoas, explica o mesmo jornal.

A imagem em causa acabou nas mãos da polícia, que a apresentou como prova, além de mensagens de telemóvel, para a detenção de duas pessoas no passado dia 12 de novembro por alegadamente terem matado e desmembrado um homem de nacionalidade cubana que estava desaparecido há um ano. O corpo terá sido transportado no automóvel da fotografia. A imprensa espanhola relata que numa outra imagem, o mesmo volume surge transportado num carrinho de mão.

Segundo o El Diário Vasco, os investigadores verificaram a matrícula do carro da imagem, que pertence a um homem conhecido na região e que, alegadamente, é o homem que aparece no registo do Google Maps. Investigado o telemóvel do suspeito, a polícia descobriu que morava com a mulher do homem desaparecido, avança o mesmo meio.

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Os factos remontam a 23 de novembro de 2023, quando o primo da vítima, residente em Saragoça, comunicou o desaparecimento do indivíduo de nacionalidade cubana, com 33 anos de idade, e residente em Soria, recorda o El Mundo. O queixoso afirmou ter recebido uma série de mensagens do telemóvel do desaparecido, nas quais este lhe dizia que tinha conhecido uma rapariga, que ia sair de Soria e que se ia desfazer do telemóvel, o que levantou suspeitas de que as mensagens não teriam sido enviadas pelo desaparecido, razão pela qual o queixoso decidiu apresentar uma denúncia à polícia local.

Numa conferência de imprensa esta quarta-feira na subdelegação do governo espanhol em Soria, o inspetor da unidade especializada em crime e violência da polícia espanhola, Óscar García, explicou que, embora a descoberta desta fotografia “não tivesse sido decisiva” para o caso, foi uma pista para a investigação.

Com os detidos na prisão e a maior parte das provas e indícios recolhidos, a investigação tem, nos últimos meses, estado focada na localização da pessoa desaparecida. Escreve o El Mundo que foi encontrado um tronco humano em avançado estado de decomposição enterrado no cemitério da localidade de Andaluz, em Soria. O corpo foi retirado na passada quarta-feira, 11 de dezembro, e os restos humanos encontrados foram levados para o Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses de Soria, onde estão sob análise.