A Nissan e a Honda indicaram esta quarta-feira que estão a “explorar várias possibilidades para a colaboração futura”, depois de a imprensa japonesa ter avançado com notícias de conversações entre as fabricantes automóveis para uma possível fusão.
“Tal como anunciado em março deste ano, a Honda e a Nissan estão a explorar várias possibilidades de colaboração futura, aproveitando os pontos fortes uma da outra”, disseram as duas empresas.
Em março, as fabricantes anunciaram que começaram a negociar uma aliança para produzir componentes e programas para veículos elétricos, numa tentativa de reduzir custos e reforçar a competitividade.
“Se houver alguma atualização, informaremos as partes interessadas em tempo útil”, disseram a Honda e a Nissan, num comunicado conjunto.
Esta manhã (hora local), a bolsa de Tóquio anunciou ter suspendido temporariamente as negociações da Nissan, dizendo que precisava de “verificar as notícias dos ‘media'” sobre uma possível fusão com a Honda.
A negociação das ações da Nissan foi entretanto retomada e às 13h30 (03h30 em Lisboa) estavam a subir 23,7%, enquanto as ações da Honda caíam 3,1%.
O jornal económico japonês Nikkei e a agência de notícias japonesa Kyodo avançaram que as duas empresas estavam a preparar o início das negociações para criar o terceiro maior fabricante de automóveis do mundo em volume de vendas, atrás da Toyota e da Volkswagen.
A Nissan e a Honda estão a estudar unir os ativos numa empresa conjunta, sendo que a participação de cada uma será decidida posteriormente, referiu o Nikkei.
O objetivo é fazer face à concorrência dos fabricantes de veículos elétricos chineses e norte-americanos, como a Tesla, acrescentou o jornal económico.
Os dois fabricantes de automóveis do Japão enfrentam um declínio nas vendas na China, onde as marcas locais, com veículos elétricos mais acessíveis, estão a conquistar quota de mercado.
O Nikkei avançou que a Honda pretende assinar em breve um memorando de entendimento com a Nissan com os detalhes da operação, que poderá incluir também a Mitsubishi, cujo principal acionista é a Nissan.
Em agosto, a Mitsubishi, da qual a Nissan detém 34%, juntou-se às negociações para fazer parte da aliança para produzir componentes e programas para veículos elétricos.
No mesmo mês, o presidente da Honda, Toshihiro Mibe, disse que as negociações não envolviam uma fusão acionista, embora não tenha negado tal possibilidade no futuro.
A concretizar-se, a fusão vai deixar o mercado automóvel japonês dividido em dois grandes blocos, um formado pela Nissan e pela Honda e outro da Toyota.