O BE pediu esta sexta-feira a audição urgente do presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia no parlamento para esclarecer as alegadas suspeitas sobre a utilização das forças de segurança pelo poder político, após a operação no Martim Moniz.
Em causa está um alerta lançado por Paulo Santos após a operação da PSP no Martim Moniz, em Lisboa, a 19 de dezembro.
“Não é positivo nem é responsável este governo, ou qualquer outro, recorrerem às polícias, no caso à PSP, para fazer a ação política e, muitas vezes, arrastando os outros partidos políticos também para esse efeito”, afirmou o dirigente sindical na sequência da polémica suscitada pela operação policial no Martim Moniz.
O Bloco pretende que Paulo Santos vá à comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias aprofundar o sentido destas declarações.
Operação policial no Martim Moniz começou a ser preparada em setembro
“A suspeita de instrumentalização das forças de segurança pelo Governo é um facto da maior gravidade, que mina a confiança nas instituições democráticas e no Estado de Direito”, sustentam os bloquistas no requerimento.
Para o partido liderado por Mariana Mortágua, “é imperioso entender de que forma o Governo tem condicionado e ditado a atuação das forças de segurança, particularmente da PSP, pelo que deve o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia” ir ao parlamento esclarecer a questão.
O BE considera ainda que “o empenho do Governo na defesa e propagação do falso discurso das perceções de segurança e a associação errada entre criminalidade e imigração tem tido consequências nas vidas das pessoas, na paz e ordem públicas e na atuação das forças de segurança”, dando como exemplo a operação policial no Martim Moniz, em Lisboa, no passado dia 19.