Um avião que saiu de Bangkok, na Tailândia, e transportava 175 passageiros e seis membros da tripulação despenhou-se por volta das 09h07 (00h07 em Lisboa) quando aterrava no aeroporto de Muan, a cerca de 290 quilómetros de Seul. Num novo balanço, a agência de notícias sul-coreana Yohnap aponta que há 179 vítimas mortais confirmadas e apenas dois sobreviventes, que faziam parte da tripulação. O Presidente em exercício do país, Choi Sang-mok, determinou esta segunda uma inspeção global de segurança ao sistema de companhias aéreas do país.

A Agência Nacional da Polícia enviou 169 investigadores forenses para ajudar a identificar as vítimas. Entre os 175 passageiros a bordo do voo, 173 eram cidadãos coreanos e dois eram tailandeses. Até agora, foram identificadas 141 vítimas.

À agência Yonhap, testemunhas do acidente afirmam ter visto chamas no motor do avião e ouvido várias explosões antes do incidente. O avião derrapou na pista sem o trem de aterragem aberto e acabou por embater num muro de betão antes de se incendiar com uma explosão. “Depois de o avião ter colidido com o muro, os passageiros foram projetados para fora do aparelho. As hipóteses de sobrevivência são extremamente reduzidas”, referiu um elemento da agência de combate a incêndios.

As causas do acidente estão ainda a ser apuradas, mas poderá ter sido originado por um choque com pássaros. Autoridades sul-coreanas revelaram já que os controladores aéreos avisaram o avião, um Boeing 737-800, para os riscos de colisão com aves alguns minutos antes do acidente; um membro da tripulação que sobreviveu terá também referido essa situação após ser resgatado do local.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

De acordo com o que um funcionário do Conselho de Investigação de Acidentes Ferroviários e de Aviação transmitiu à Yohnap, uma das caixas negras do avião sofreu danos parciais. Investigadores dos EUA estão a ajudar a autoridade de aviação da Coreia do Sul a apurar as causas do acidente.

O Presidente em exercício do país, Choi Sang-mok, ordenou que fossem feitos todos os esforços possíveis nas operações de resgate após o acidente e a polícia também mobilizou unidades para a área. Todos os voos domésticos e internacionais de e para o aeroporto internacional de Muan foram cancelados após o acidente.

Choi Sang-mok decretou também Muan como zona especial de catástrofe, tornando-a elegível para receber apoios do estado, e anunciou que a Coreia do Sul vai cumprir sete dias de luto nacional. “Apresentamos as nossas mais profundas condolências e simpatia às famílias enlutadas das pessoas que perderam a vida nesta tragédia inesperada”, declarou.

As equipas de emergência conseguiram retirar dois sobreviventes da zona da cauda do avião, que foram encaminhados para o hospital mais próximo para receber tratamento. Inicialmente a imprensa avançou que se tratava de um assistente de bordo e de um passageiro, mas revelaram entretanto que seriam dois membros da tripulação. O diretor do hospital de Seul onde está um dos sobreviventes diz que o paciente, de 33 anos, consegue comunicar e não mostra perda de memória nem outros sintomas cognitivos, mas tem fraturas no corpo. O outro sobrevivente está noutro hospital e em estado estável.

A primeira-ministra da Tailândia expressou profundas condolências às famílias das pessoas afetadas pelo acidente através de uma publicação na rede social X. Paetongtarn Shinawatra disse ter ordenado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que prestasse assistência imediata aos tailandeses envolvidos no acidente.

Este é já um dos desastres mais mortíferos da história da aviação da Coreia do Sul e o pior envolvendo uma companhia aérea local desde 1997, quando um acidente com um avião da Korean Air, em Guam, provocou a morte de 225 pessoas.

O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, mostrou-se disponível para prestar assistência ao país. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou as suas condolências pelas vítimas do acidente e sublinhou que a Europa “está ao lado da Coreia do Sul neste período de luto.”

Numa mensagem divulgada na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa expressou as suas condolências pelas vítimas deste desastre na Coreia do Sul.

“O Presidente da República apresenta o seu pesar pelas consequências devastadoras do acidente de avião no sudoeste da República da Coreia, que causou a morte trágica da maioria dos 181 passageiros a bordo. Neste momento de tristeza, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa transmite sentidas condolências e solidariedade aos familiares de todos os que perderam a vida e a rápida recuperação dos feridos”, pode ler-se na nota divulgada.