Luís Montenegro e António Costa. São estas as duas figuras nacionais do ano para Luís Marques Mendes. O comentador da SIC elegeu, na noite deste domingo, o atual primeiro-ministro “talvez como a principal figura do ano”, por ter partido “com baixas expetativas” para as eleições, tendo acabado por ganhar. “Tornou-se no político mais influente em Portugal, tem o Governo mais minoritário de sempre mas garantiu que se mantém no poder até 2026”, justificou Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário.

Marques Mendes enumerou ainda os desafios que o primeiro-ministro terá em 2025, nomeadamente “governar ao centro”, tendo a “vantagem” de o PS ter o seu líder mais à esquerda em “muitos anos”. O segundo desafio será, na visão do comentador, “ter agenda governativa” porque “a inicial esgotou-se”. Essa agenda deve, para Marques Mendes, ser centrada na economia. Até porque em 2025 “vai acontecer algo de histórico: vão ser aplicados 10 mil milhões de euros na economia”, entre fundos do PRR e do Portugal 2030.

Montenegro terá ainda o desafio das autárquicas, sobretudo “manter Lisboa e ganhar o Porto”. Marques Mendes acha “praticamente impossível” que o PSD faça, nas autárquicas, coligações com o Chega. “Está mais ou menos definido pelos órgãos do partido”.

Além de Montenegro, o conselheiro de Estado elegeu António Costa como a outra figura nacional do ano. A eleição para a presidência do Conselho Europeu “era o grande desejo” e Costa “tem perfil para criar pontes”, além de ser um “cargo de prestígio para Portugal”. Terá como desafios “assegurar a unidade e a coesão dentro do Conselho Europeu”, e a adoção de uma portura reformista. “Há anos que a UE não faz reformas importantes, sobretudo na segurança ou economia”, sublinha Marques Mendes.

Na análise do ano, Marques Mendes, possível candidato presidencial em 2026, olhou ainda para a crise política do ano passado, que culminou com a queda do Governo de António Costa e a eleição, já este ano, de Montenegro. Para Marques Mendes, normalmente “uma crise política faz mais vítimas do que beneficiários, mas esta fez mais beneficiários que vítimas”.

O comentador elege como “beneficiários” da crise, além do atual primeiro-ministro e de António Costa, Pedro Nuno Santos, que “não escondia a ambição de ser líder do PS”, Nuno Melo que “se tivesse ido sozinho a eleições não era líquido que tivesse sido eleito” e André Ventura que “teve grande uma vitoria com 50 deputados”. “Foi uma crise que agradou praticamente a toda a gente, talvez menos ao PCP e ao Bloco de Esquerda”.

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