Foi acusado de agredir e ameaçar um homem numa discoteca em Espanha, esteve preso preventivamente no âmbito de um processo onde foi condenado a cinco anos de prisão com pena suspensa por ter sequestrado e ameaçado um homem em Valência, voltou a ser detido acusado de violação na Grécia num caso onde veio a ser absolvido por não existir qualquer evidência. Aos 30 anos, Rúben Semedo tem vários episódios fora de campo que condicionaram e muito a carreira que teve (ou podia ter tido) no futebol. Agora, soma mais um.
Futebol. Rúben Semedo volta a ser preso, agora por agressão, detenção ilegal e roubo
De acordo com o Correio da Manhã, o central que atua atualmente no Al Khor, do Qatar, foi detido às 3h da manhã deste domingo acusado de violência doméstica e será presente a tribunal esta segunda-feira.
Justiça grega iliba Rúben Semedo do crime de violação de menor de 17 anos
A publicação escreve que o jogador terá agredido a companheira da mesma idade e que chegou mesmo a rete-la em casa antes de ter conseguido deixar a residência e apresentar queixa. Perante as autoridades, a vítima exibiu evidentes hematomas, relatou o sucedido e foi depois hospitalizada.
As provas apresentadas fizeram com que a PSP pedisse a emissão de um mandado de detenção ao Ministério Público, que foi executado esta madrugada. Nesta altura, Rúben Semedo está detido nos calabouços do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, em Moscavide, e será presente a tribunal esta segunda-feira.
Na semanada passada, Rúben Semedo tinha dado uma entrevista ao jornal Marca onde falou do período em que esteve detido em Espanha. “Estava perdido, passei de ganhar dez euros a 100 e perdi-me com gente que conheci. Sempre disse que foi culpa minha porque aceitei que essa gente entrasse na minha vida. Não escolhi as melhores pessoas para estarem ao meu lado, mas também não digo que me arrependo, fez-me crescer e aprender. Com esta idade, 30 anos, sou um homem realizado. Obviamente que queria ter outro tipo de histórias para contar no Villarreal, um clube do meu coração. Não me arrependo de nada, mas obviamente que cometi erros e oxalá que sirvam para que outros aprendam. É como tudo, no final há pessoas que querem ter fama ou dinheiro, mas sem trabalhar. Essa gente é sempre mais acessível e, se abres a porta da tua casa, é mais fácil que entrem, mas no final são tudo decisões. Todas as decisões que tomamos, grandes ou pequenas, no final são o que decide o teu destino”, comentou o internacional português.
“Se tive medo na prisão? Claro, desde o primeiro dia. É algo a que não estava habituado, como se vê nos filmes e tudo, muito medo. Pessoalmente não vivi isso mas vi muitas coisas e assustam, obviamente que assustam. O que se passa é algo que não podes ensinar. O que mais me marcou não foi o que vi mas sim a rotina, ou seja, que alguém te diga quando tens de te deitar, quando tens de comer, o que podes fazer ou não. Há homens de 30 ou 40 anos a ouvi-lo e a fazê-lo e a rotina mata. Fazer todos os dias o mesmo e no final não tens liberdade para pegar num telemóvel e ligar à tua família, sair ou comer fora… Aquilo que eu mais senti falta não foi jogar futebol, era estar em casa a ver Netflix ou a jogar às cartas, beber um vinho, não sei, conviver com a família ou com as pessoas de quem gostas”, acrescentou na mesma entrevista onde referiu também que Gelson Martins, amigo e ex-companheiro de Sporting, foi o único a visitá-lo na prisão.
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