A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) alertou, esta segunda-feira, que “é oprimido o migrante” para quem se olha “com desconfiança e receio”, apesar de lhes serem atribuídas “as tarefas mais árduas ou penosas” que muitos desprezam.

Numa nota sobre a mensagem do Papa para o 58.º Dia Mundial da Paz, que se assinala no dia 1 de janeiro, a CNJP sublinha a frase de Francisco, segundo a qual “ninguém vem a este mundo para ser oprimido”.

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“Esta afirmação vigorosa precisa de ecoar na Europa e em Portugal, pois são palavras proféticas que não podem deixar-nos indiferentes. Oprimido é aquele a quem tiraram toda a esperança. E, entre nós, há oprimidos sem visibilidade e cuja voz não se faz escutar”, afirma a CNJP, organismo dependente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Para a Comissão presidida pelo juiz Pedro Vaz Patto, “é oprimido o pobre, (…) as comunidades do interior, as vilas e aldeias a quem os fogos do verão e do outono devoram a esperança. São oprimidas as famílias que vivem sob o jugo das dívidas que contraíram e das taxas de juro que agrilhoam a sua esperança num futuro melhor”.

“São oprimidos os milhares de jovens à procura de casa por um preço compatível com os rendimentos do seu primeiro emprego”, acrescenta a nota.

“Todos somos responsáveis pela eliminação dos espaços de opressão ainda existentes, através da partilha e de relações que assentem em valores como a fraternidade, a justiça e a paz”, sublinha, apelando a que se transforme “a filantropia em amor e atenção ao próximo, com um sorriso, um abraço, um gesto de ternura”.

Recorrendo à mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz, a Comissão Nacional Justiça e Paz recorda que Francisco apresenta três propostas concretas “que desafiam os decisores políticos à construção da Paz: o perdão da dívida dos países mais pobres (…); o compromisso na erradicação da pena de morte; e que uma percentagem fixa da despesa com armamento seja reservada à eliminação da fome, à educação e ao desenvolvimento sustentável”.