As urgências dos hospitais da região de Lisboa registaram uma maior afluência nos últimos dias, com a Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra a chegar às 800 admissões diárias, segundo uma ronda realizada esta sexta-feira pela agência Lusa.

A ULS Amadora/Sintra adianta que tem verificado constrangimentos nos tempos de espera do atendimento em contexto de urgência pela elevada afluência, principalmente, nos últimos 15 dias.

No total das várias urgências (Geral, Pediátrica, Obstétrica, Ginecológica e Urgência Básica), tem registado mais de 500 admissões diárias, até um máximo de 831, sendo que apenas cerca de 20% dos doentes admitidos na Urgência Geral são referenciados pela Linha SNS24.

A instituição tem verificado um maior número de doentes com necessidade de internamento por infeção respiratória ou descompensação de doenças crónicas, tendo a maioria mais de 70 anos e múltiplas doenças.

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“Nos períodos em que poderá haver tempos de espera mais elevados há monitorização e acompanhamento da equipa de enfermagem, com reavaliação periódica” e, caso seja identificado agravamento clínico, há uma nova triagem e sinalização à equipa médica, refere a instituição que vai aderir este mês ao Projeto Ligue Antes, Salve Vidas (LASV), que obriga o doente a ligar para o SNS 24 antes de se dirigir à urgência.

A instituição apela aos utentes para contactar a linha SNS 24 (808242424), para serem encaminhados para os cuidados necessários.

“Muitas situações podem ser resolvidas nos Cuidados de Saúde Primários ou no Serviço de Urgência Básica, aberto 24 horas por dia, contribuindo para evitar sobrecargas desnecessárias nos serviços de urgência hospitalares”, salienta a ULS, que disponibiliza, em média, nos dias úteis, cerca de 1.000 consultas de doença aguda nos seus centros de saúde.

A ULS São José registou, entre 19 de dezembro e 2 de janeiro, “uma grande flutuação nas admissões” na urgência geral de adultos.

“Não faz sentido calcular médias neste contexto, mas, nos últimos dias, podemos afirmar que as admissões à Urgência estão a aumentar”, bem como o número de internamentos.

Segundo a ULS, o número de doentes referenciados pelo INEM também aumentou e os casos que chegam à urgência são mais prioritários.

As situações clínicas mais comuns são agudização ou descompensação de doenças crónicas e problemas respiratórios.

Questionada se já se nota menos doentes na urgência desde que a ULS aderiu Projeto Ligue Antes, Salve Vidas, a ULS afirma que, de uma forma geral, tem havido uma diminuição dos doentes com a prioridade verde e azul (pouco urgentes e não urgentes).

O Serviço de Urgência Central (SUC) da ULS Santa Maria registou uma média de 300 a 350 episódios diários entre 26 de dezembro e 01 de janeiro, semana marcada pela circulação da população, e a Urgência Pediátrica uma média de 120 a 150 casos diários.

“Na quinta-feira, o SUC atendeu 400 utentes, sendo que teremos de analisar os próximos dias para perceber se se confirma uma tendência de aumento de casos e qual a sua dimensão real”, o mesmo se aplicando ao impacto do projeto LASV, que arrancou no dia 19 de dezembro na instituição tal como na ULS São José.

Nos últimos sete dias, entre 26 de dezembro e 1 de janeiro, foram admitidos, no Serviço de Urgência Geral do Hospital de São Francisco Xavier, 1.632 utentes, uma média de 233 atendimentos diários, dos quais 44,1% foram triados como pouco urgentes ou não urgentes, representando um acréscimo da procura face à semana anterior.

“Cerca de 60% dos utentes que recorreram à urgência foram encaminhados pelo INEM ou pelo SNS24, registando-se um aumento de utentes referenciados pelo SNS24 face à realidade que existia antes da entrada em vigor do Projeto Ligue Antes Salve Vidas”, salienta.

A Unidade Local de Saúde Loures-Odivelas ativou esta sexta-feira o alerta laranja do plano de contingência sazonal, o segundo mais grave, devido aos constrangimentos verificados na urgência do Hospital Beatriz Ângelo.

“A gravidade da situação clínica de quem nos procurou em dezembro aumentou consideravelmente: 78% dos atendimentos na Urgência foram triados como urgentes”, tendo as infeções respiratórias assumido um peso significativo, informa em comunicado.