Inverno, gripes, não queremos ouvir falar em urgências e hospitais. Ao mesmo tempo, é a melhor altura para estrear uma série sobre um serviço de urgências num hospital. The Pitt promete voltar onde (na ficção) já fomos felizes. E é, inevitavelmente, uma das estreias desta semana, que parece inaugurar 2025 num ambiente de anos 90.

Há um documentário em duas partes sobre Jerry Springer, outro em volta de negócios de droga que envolvem raves e muita loucura em Phoenix, Arizona, durante a mesma década. Há também uma viagem à memória da coleção Arrepios e, claro, o tal fantasma de Serviço de Urgência a surgir de novo na televisão. Nova produção da Max, The Pitt leva-nos ao dia-a-dia de um hospital através do turno de um dos seus médicos. São quinze horas por episódio, num total de quinze episódios. Dois deles estreiam-se já nesta sexta-feira — inclui caras conhecidas de Serviço de Urgência.

Se esteve atento a listas do ano de publicações estrangeiras, de certeza que viu Wolf Hall por lá. A segunda temporada, da qual muito boa gente falou, estreia-se esta semana em Portugal. É o regresso daquela grande – e clássica — televisão britânica. Mas se o que precisa mesmo é de algo com mais sangue, a Netflix tem American Primeval.

“Operação Sabre”

Filmin, terça-feira, 7 de janeiro

Produção sérvia de quatro episódios realizados por Goran Stankovic, Operação Sabre é inspirada em factos reais, partindo da investigação de um jornalista sobre o assassinato do primeiro-ministro sérvio Zoran Đinđić, em 2003. Num país em caos, a série mostra os pontos de vista de um jovem jornalista e de um inspetor policial que, em busca pela verdade, deparam-se com um sistema altamente corrupto e em decadência.

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[Já saiu o quarto episódio de “A Caça ao Estripador de Lisboa”, o novo Podcast Plus do Observador que conta a conturbada investigação ao assassino em série que há 30 anos aterrorizou o país e desafiou a PJ. Uma história de pistas falsas, escutas surpreendentes e armadilhas perigosas. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio, aqui o segundo e aqui o terceiro episódio]

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“Jerry Springer: Fights, Camera, Action”

Netflix, terla-feira, 7 de janeiro

Nunca tivemos por cá algo como o The Jerry Springer Show — e não foi por não tentarmos —, embora se ouvisse falar muito dele em diálogos de séries e filmes (e não só) que nos iam chegando dos Estados Unidos. Uma ideia de entretenimento levada ao limite, para causar caos e destruição na vida de pessoas e famílias, através da mais básica controvérsia televisiva, foi um sucesso nos 1990s. Este documentário em duas partes promete a habitual viagem a imagens e depoimentos nunca antes vistos e pontos de análise sobre os limites da televisão. Já são alguns os documentários com esta reflexão sobre a programação televisiva norte-americana dos 1990s. O que nos andaram a fazer?

“Wolf Hall: O Espelho e a Luz”, Temporada 2

TVCine Edition, quarta-feira, 8 de janeiro

No final da primeira década deste século, Hilary Mantel apresentou ao mundo o primeiro livro de uma trilogia com uma biografia muito livre, repleta de ficção, de Thomas Cromwell. Alguns anos mais tarde, os dois primeiros livros surgiram adaptados em Wolf Hall (2015), série da BBC que foi um sucesso na altura e que mantém todas as qualidades. O que também é recomendável é que esses episódios sejam vistos (ou revistos) antes de entrar nesta segunda temporada (que adapta o livro final da trilogia) que chega ainda algo fresquinha a Portugal (estreou-se em novembro no Reino Unido, a tempo de ainda entrar em muitas listas do final do ano). Com Mark Rylance, Damian Lewis e Claire Foy nos principais papéis.

“Sons Of Ecstasy”

Max, quinta-feira, 9 de janeiro

O carimbo “Max Original” não tem o significado que já teve o “HBO original”, com uma produção mais diluída, graças às esxigências do mercado. Este Sons Of Ecstasy é um bom exemplo disso. A série trata de negócios de droga em Phoenix, Arizona, que envolvem raves, deserto, muito ecstasy vendido em poucas horas e os habituais problemas que surgem quando há famílias, drogas e fornecedores marotos envolvidos nestes negócios. A dúvida? Se isto tem mesmo qualidade HBO ou se é daquelas coisas que deveríamos estar a ver num canal Discovery.

“American Primeval — O Despertar do Oeste Americano”

Netflix, quinta-feira, 9 de janeiro

Peter Berg (criador do brilhante Friday Night Lights e metido em coisas ótimas como Ballers, Prime Suspect, The Leftovers e Painkiller) realiza um western em seis episódios (é a Netflix a querer voltar a participar no apetite voraz que algum público tem pelo género, graças a Yellowstone), que promete ser violento e ameaça assumir-se como um dos fenómenos deste início de ano. A base é a construção do Velho Oeste e dos vários conflitos — raça e religião no topo — que deram origem a um dos cenários mais fascinantes na cultura do mundo ocidental, que contamina cinema, televisão, livros e videojogos. Mais um? Talvez, mas tentemos. Talvez seja este que mereça a nossa total atenção.

“The Pitt”

Max, sexta-feira, 10 de janeiro

Algures nos anos 1990, quando não chegavam a Portugal muitas séries norte-americanas (apenas, por assim dizer, alguns fenómenos de popularidade), estreava-se Serviço de Urgência. Muitas caras conhecidas passaram pelo hospital de Cook County ao longo de mais de trezentos episódios, algumas viajaram com sucesso para o cinema (o caso mais notório foi o de George Clooney), outras ficaram — e bem — pela televisão. Nas décadas seguintes, muitas séries seguiram o formato de Serviço de Urgência. Por isso, porque é que The Pitt é especial? Ora, é criada por R. Scott Gemmill, que trabalhou em muitos episódios na segunda metade da vida de Serviço de Urgência, e tem Noah Wyle no papel principal (que era John Carter, o doutor-miúdo no meio daquela aventura diária). Cada episódio de The Pitt reflete um turno de quinze horas de Dr. Robby (Wyle), um assistente-chefe das urgências do Pittsburgh Trauma Medical Hospital. Os dois primeiros episódios estreiam-se nesta sexta-feira, os treze seguintes chegarão às sextas-feiras.

“Arrepios: O Desaparecimento”

Disney+, sexta-feira, 10 de janeiro

Tem memória da coleção de livros Arrepios de R. L. Stine, aqueles que povoavam as papelarias nos anos 1990? Esse terror para adolescentes entrou também para a televisão e já vai na segunda temporada. O Desaparecimento traz uma nova história desenvolvida por Rob Letterman & Nicholas Stoller em oito episódios. David Schwimmer é o protagonista desta temporada, com Ana Ortiz, Sam McCarthy e Jayden Bartels a completar o elenco principal.