Quatro Clássicos, três derrotas. Vítor Bruno começou a aventura enquanto treinador principal do FC Porto da melhor maneira, ao conquistar a Supertaça Cândido de Oliveira perante o Sporting, mas desde aí não voltou a superar nenhum dos principais rivais: perdeu com os leões para o Campeonato, perdeu com o Benfica para o Campeonato e voltou a perder com os leões na Taça da Liga.

Com Gyökeres, a única desconfiança é quantos são (a crónica do Sporting-FC Porto)

O FC Porto está agora reduzido a Primeira Liga e Liga Europa, já que também já tinha sido eliminado da Taça de Portugal numa fase embrionária da competição, e já falhou dois dos naturais objetivos da temporada. Os dragões não perdiam há cerca de mês e meio, precisamente desde a derrota contra o Moreirense que culminou na eliminação da Taça de Portugal, e voltaram a falhar a final da Taça da Liga — sendo que na época passada nem sequer marcaram presença na final four.

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Vítor Bruno ainda se exaltou logo após o apito final, aproximando-se de Conrad Harder para pedir explicações por algo que o avançado dinamarquês terá feito ou dito, mas acabou por sair para o túnel após conversar com Hugo Viana. Já na zona de entrevistas rápidas, o treinador do FC Porto concordou com a ideia de que a primeira parte dos dragões foi melhor do que a segunda e fez uma breve análise à partida.

“A primeira parte pareceu-me boa. Os primeiros 25, 30 minutos foram a controlar, a dominar, a ter situações para finalizar com outro critério. Para haver golos, é preciso enquadrarmos remates na baliza. Na parte final, o Sporting acercou-se da baliza, sem grande perigo, mas nivelou um pouco. A segunda parte fica condicionada pelo golo precoce. Crescemos um pouquinho nos últimos 25 minutos, metendo dois avançados na frente, mas também não criámos um lance claro de perigo. É preciso perceber e fazer o exercício dentro do balneário, se calhar dar um bocadinho mais do que aquilo que estamos a dar”, reconheceu.

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Mais à frente, Vítor Bruno afastou a possibilidade de ter mexido demasiado tarde, apenas depois do golo sofrido. “Acaba por ser especular. A intenção de mexer estava lá porque sentimos que a equipa estava muito encolhida atrás. Coincidiu com o golo sofrido, mantivemos o que tínhamos previsto nesse momento, tentámos canalizar muito no jogo exterior. Fomos tentando, a equipa cresceu, instalou-se no meio-campo. Mesmo assim, controlámos relativamente bem a profundidade. O Sporting não tem um lance claro à exceção do golo. O jogo foi dividido, no geral, e decidido no detalhe”, acrescentou, comentando depois o facto de este ter sido já o terceiro Clássico perdido na atual temporada.

“Faz-me sentir que é preciso nós percebermos, no balneário, que temos de dar passos em frente. Em competições a eliminar, é preciso olhar com outro rigor, com outros olhos. Estes jogos resolvem-se em detalhes. O Sporting lidou bem com a vantagem, não serve de conforto termos feito uma exibição melhor em relação a outros Clássicos. É olhar para a frente, foco no Campeonato. Não desvalorizamos este objetivo, mas perdemos e agora é foco no Campeonato. Mossa? Fica nos adeptos, na equipa, nos sócios. É um clube ganhador e temos de ir atrás do Campeonato agora”, terminou.