Donald Trump Jr, filho do Presidente eleito dos Estados Unidos da América, está de visita à Gronelândia esta terça-feira. A viagem surge depois de comentários do pai sobre a eventual integração do território nos EUA, uma hipótese que tem sido amplamente criticada. “A Gronelândia é linda”, escreveu na rede social X depois do avião Trump Force 1 em que seguia ter aterrado.
Greenland is beautiful!!! ???????? pic.twitter.com/PKoeeCafPz
— Donald Trump Jr. (@DonaldJTrumpJr) January 7, 2025
Greenland coming in hot… well, actually, really really cold!!!! pic.twitter.com/IhLKVOfYVM
— Donald Trump Jr. (@DonaldJTrumpJr) January 7, 2025
Foi o próprio Trump Jr. que revelou no seu podcast, Triggered, que iria visitar o território, que é desde 1953 um distrito autónomo da Dinamarca, com uma administração própria, mas subordinada em assuntos de Defesa e Negócios Estrangeiros. “Não vou comprar a Gronelândia”, disse no episódio de segunda-feira, acrescentando que ia fazer “uma viagem pessoal de um dia”. “Queremos conhecer as pessoas. Parecem um grupo incrível de pessoas”, afirmou.
Em declarações à agência Reuters, o secretário de Negócios Estrangeiros da Gronelândia disse que a viagem de Donald Trump Jr. se trata de uma visita privada. Segundo Mininnguaq Kleist, não há nenhuma reunião marcada entre o empresário e representantes do governo da Gronelândia. Kleist acrescentou que Trump Jr. previa permanecer no território cerca de cinco horas, ainda que o governo não tenha sido informado sobre o programa.
Já em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros sublinhou que a “Gronelândia é aberta e que aqueles que desejem visitá-la são bem-vindos”.
Uma fonte com conhecimento da visita também disse à Reuters que Trump Jr. que não iria encontrar-se com quaisquer membros do governo ou figuras políticas. A ideia, explicou, é apenas gravar alguns vídeos para o seu podcast. Segundo o jornal Guardian, o empresário foi acompanhado pelo ativista político Charlie Kirk, co-fundador da Turning Point USA, uma organização conservadora pró-Trump.
Desde que venceu as eleições de novembro, Donald Trump mostrou-se a favor da integração da Gronelândia nos EUA, uma hipótese que já tinha defendido em 2019, durante o primeiro mandato na Casa Branca. “Os Estados Unidos da América entendem que a posse e o controlo da Gronelândia são uma necessidade absoluta”, escreveu na Truth Social em dezembro.
Já na segunda-feira à noite, revisitou o tema, revelando que não só o filho, mas também “vários representantes” iriam viajar para a Gronelândia “para visitar algumas das zonas e paisagens mais magníficas”. “A Gronelândia é um lugar incrível, e as pessoas vão beneficiar tremendamente se, e quando, se tornar parte da nossa Nação. Nós vamos protegê-la e estimá-la, de um mundo exterior muito cruel. TORNAR A GRONELÂNDIA GRANDE NOVAMENTE!”, escreveu na rede social que fundou, a Truth Social.
Pouco depois do filho chegar à Gronelândia, Trump voltou à Truth Social para falar sobre os planos para a Gronelândia. “A receção foi ótima. Eles, e o mundo livre, precisam de segurança, força e PAZ! Este é um acordo que tem de acontecer”, reiterou, repetindo o slogan: “Tornar a Gronelândia grande outra vez.”
Há vários fatores que tornam a Gronelândia atrativa para os Estados Unidos, como o Observador explicava neste artigo. Desde já pelo facto de Washington possuir uma base aérea no norte da ilha, por outro o território é muito rico em recursos naturais. Por outro lado, o degelo está a levar à abertura de novas rotas comerciais no Ártico que os EUA têm interesse em explorar. O primeiro-ministro da Dinamarca, porém, já sublinhou por várias vezes que a ilha “não está à venda nem nunca estará.”
Gronelândia, Canadá e canal do Panamá. Os três territórios que Trump quer “comprar”