Duas derrotas consecutivas, primeiro lugar perdido, a fase mais instável desde que Bruno Lage regressou à Luz. O Benfica chegava à meia-final da Taça da Liga com muitas dúvidas e interrogações, mas com uma certeza absoluta: voltar a perder com o Sp. Braga era proibido, falhar a final era proibido e abrir a porta a mais incertezas era proibido.
Do outro lado, lá está, estava um Sp. Braga acabado de vencer na Luz — e de convencer, num jogo onde o Benfica só acordou depois do intervalo e tal como tinha acontecido em Alvalade e contra o Sporting. Os últimos dias trouxeram várias críticas às escolhas de Bruno Lage, aos jogadores eleitos por Bruno Lage e às opções táticas de Bruno Lage. Mas não era por isso que o treinador encarnado perdia a confiança nas suas escolhas, nos seus jogadores e nas suas opções táticas.
Ficha de jogo
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Benfica-Sp. Braga, 3-0
Meia-final da Taça da Liga
Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria
Árbitro: Cláudio Pereira (AF Aveiro)
Benfica: Trubin, Tomás Araújo, António Silva, Otamendi, Álvaro Carreras (Jan-Niklas Beste, 81′), Florentino, Kökçü (Renato Sanches, 65′), Fredrik Aursnes, Schjelderup (Aktürkoğlu, 65′), Di María (João Rego, 74′), Pavlidis (Arthur Cabral, 74′)
Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Alexander Bah, Amdouni, Leandro Barreiro
Treinador: Bruno Lage
Sp. Braga: Matheus, Víctor Gómez (Jónatas Noro, 67′), Robson Bambu, João Ferreira, Adrián Marín, Vitor Carvalho, Ismaël Gharbi (Ismaël Gharbi, 72′), Bruma, Ricardo Horta (Roger, 45′), Gabri Martínez (Diego Rodrigues, 45′), Fran Navarro (Bright Arrey-Mbi, 84′)
Suplentes não utilizados: Lukáš Horníček, Amine El Ouazzani, André Horta, Roberto Fernández
Treinador: Carlos Carvalhal
Golos: Di María (27′ e 37′), Álvaro Carreras (28′)
Ação disciplinar: cartão amarelo a João Ferreira (62′), a Roger (84′); cartão vermelho direto a Jónatas Noro (78′)
“Quando entrámos, entrámos sem margem de erro. Nos primeiros jogos fomos ao encontro de uma equipa que nos deu garantias, fizemos um período muito bom de boas exibições. Como não havia essa margem de erro, quer no Campeonato como na Liga dos Campeões, que é uma competição muito importante para o clube, tínhamos a ambição de nos aproximarmos do primeiro lugar. Senti mais confiança em determinados jogadores, na forma como se estavam a ligar para jogar. Mas a jogar de três em três dias, consecutivamente, sentimos que nos últimos dois jogos alguns jogadores baixaram um pouco de forma. Também já sei que vão dizer ‘sim, mas nos primeiros dias disse que contava com todos’. E conto, não abandono ninguém. Mas para trabalhar comigo os jogadores têm de andar no limite. Tenho de sentir que estão preparados para trabalhar e jogar neste nível”, explicou Lage na antevisão da partida.
Ora, esta quarta-feira e já depois de o Sporting ter derrotado o FC Porto e garantido a presença na final do próximo sábado, o treinador encarnado confirmava a ideia de que “conta com todos” e fazia várias alterações ao onze inicial. Schjelderup era titular em detrimento de Aktürkoğlu, assim como Florentino face a Leandro Barreiro, e Tomás Araújo dava o lugar a António Silva no eixo defensivo para assumir o lado direito. No Sp. Braga, o atual detentor da Taça da Liga, Carlos Carvalhal não contava com João Moutinho e mantinha Bruma e Ricardo Horta no apoio a Fran Navarro.
????????Álvaro Carreras marca o 4.º golo pelo Benfica, o 3.º nesta temporada: Farense, FC Porto e SC Braga.
Participa diretamente num golo pelas águias 10 jogos depois pic.twitter.com/rhYPeQ3kRs
— Playmaker (@playmaker_PT) January 8, 2025
Os primeiros instantes da partida permitiram perceber desde logo que a meia-final da Taça da Liga pouco ou nada teria a ver com a 17.ª jornada do Campeonato. O Benfica entrou muito melhor do que o Sp. Braga, assumindo desde logo o controlo das ocorrências e inserindo-se por completo no meio-campo contrário. Tomás Araújo cabeceou à trave logo nos minutos iniciais (5′) e a oportunidade do defesa foi apenas a primeira de um autêntico festival de futebol ofensivo durante a primeira parte.
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Di María rematou contra Adrián Marín pouco depois (11′), Carreras atirou para uma boa defesa de Matheus (21′) e Pavlidis cabeceou por cima (26′), com Bruma a ter um golo anulado por fora de jogo pelo meio (23′) — naquela que foi mesmo a única situação em que o Sp. Braga se aproximou da baliza de Trubin durante toda a primeira parte. A agressividade de Florentino e Aursnes ia fazendo a diferença no meio-campo, Tomás Araújo era um bom complemento para Di María na direita e Álvaro Carreras ia realizando uma exibição acima da média na ala esquerda.
⏱️ 40’ | Benfica 3 – 0 Braga
◉ Além de 9-0 em remates, está 14-3 em acções com bola na área contrária#SLBSCB #AllianzCup pic.twitter.com/5C2L3z9B3G
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Já perto da meia-hora chegou o inevitável. Pavlidis abriu da direita para o meio, Di María combinou com Tomás Araújo e rematou rasteiro e junto ao poste para abrir o marcador (27′). No minuto seguinte, o segundo golo. Carreras recebeu de Kökçü à entrada da grande área e atirou forte e colocado para aumentar a vantagem de imediato (28′). O Benfica tirou o pé do acelerador depois dos dois golos, de forma natural, mas ainda conseguiu chegar ao terceiro golo antes do intervalo, com Di María a bisar depois de um contra-ataque letal conduzido por Pavlidis na esquerda (37′).
No fim da primeira parte, para além de estar a ganhar por três golos de diferença, o Benfica estava a dominar por completo o Sp. Braga. A equipa de Carlos Carvalhal era uma sombra do que foi na Luz no passado sábado, sem qualquer tipo de capacidade para atacar ou para chegar perto da baliza de Trubin, e os encarnados davam uma resposta clara e consistente à derrota do fim de semana — tanto na eficácia ofensiva como na solidez defensiva, que contrastava com a passividade anterior.
⏱️ INTERVALO | Benfica 3 – 0 Braga
◉ "Amasso" do #SLB na 1ª parte, com 3 golos sem resposta e domínio absoluto
◉ Os minhotos ainda não fizeram nenhum remate#SLBSCB #AllianzCup pic.twitter.com/2gikVTPzsu— GoalPoint (@_Goalpoint) January 8, 2025
Carlos Carvalhal mexeu logo ao intervalo e trocou Ricardo Horta e Gabri Martínez por Roger e Diego Rodrigues, com o Sp. Braga a dar a ideia de que queria discutir a meia-final com um remate ao lado de Roger logo nos primeiros minutos da segunda parte (48′). A reação minhota, porém, foi sol de pouca dura. O Benfica não demorou a recuperar o controlo do jogo e a construir oportunidades de aumentar a vantagem, com Schjelderup a atirar para um corte decisivo de João Ferreira (49′) e Pavlidis a rematar ao lado (56′).
Bruno Lage começou a poupar esforços à passagem da hora de jogo, lançando Renato Sanches e Aktürkoğlu nos lugares de Kökçü e Schjelderup, e a partida foi entrando numa lógica de algum conformismo: o Sp. Braga não tinha capacidade para chegar perto da baliza de Trubin, o Benfica não tinha necessidade de acelerar demasiado. Carlos Carvalhal fez uma espécie de all in à entrada para os últimos 20 minutos, com Jónatas Noro e Gharbi, mas o jovem central até acabou por ser expulso com cartão vermelho direto depois de uma entrada dura sobre Carreras.
⏱️ 75’ | Benfica 3 – 0 Braga
◉ O jogo vai em 47-32 em duelos ganhos a favor do #SLB#SLBSCB #AllianzCup pic.twitter.com/aaB4cfV1y4
— GoalPoint (@_Goalpoint) January 8, 2025
Bruno Lage ainda teve tempo para dar minutos a João Rego, Arthur Cabral e Beste e os últimos dez minutos foram de quase ausência de acontecimentos, com o resultado já totalmente definido. O Benfica venceu o Sp. Braga em Leiria e garantiu a presença na final da Taça da Liga, onde vai defrontar o Sporting, assegurando a possibilidade de recuperar um troféu que escapa desde 2016. Bruno Lage disse na antevisão que contava com tudo e conseguiu prová-lo — mas é impossível fugir à ideia de que tem sempre de contar mais com Di María.
???????? FINAL | Benfica 3 – 0 Braga
◉ Águias na final com o #SportingCP, após triunfo categórico sobre minhotos
◉ Domínio total do #SLB, com o #SCB a terminar com apenas 1 remate (e desenquadrado)
◉ Todos os golos marcados na 1ª pate
◉ Ratings e Match Report em… pic.twitter.com/pi1ARWJdo1— GoalPoint (@_Goalpoint) January 8, 2025