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A jornalista italiana Cecilia Sala— que tinha sido detida no Irão há três semanas — foi libertada e já está de regresso a Itália, escreve a agência Associated Press, citando informação do gabinete da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.

Em comunicado, o Governo italiano diz o que o avião que transporta Cecilia Sala já descolou de Teerão após um “trabalho intensivo nos canais diplomáticos e de inteligência”. Segundo a imprensa italiana, o avião deverá chegar ao aeroporto de Ciampino, em Roma, às 15h30 (14h30 em Lisboa), sendo que Sala vai ser recebida por Meloni.

A primeira-ministra Giorgia Meloni “expressa gratidão a todos aqueles que ajudaram a tornar possível o regresso de Cecilia, permitindo que ela abraçasse seus familiares e colegas”. O gabinete de Meloni adiantou também que a chefe de governo “informou pessoalmente os pais da jornalista [da libertação] durante um telefonema” feito esta manhã.

Sala, uma jornalista de 29 anos do jornal Il Foglio, foi detida em Teerão a 19 de dezembro, três dias depois de ter chegado ao país com um visto de jornalista. A jornalista estava acusada de violar as leis da República Islâmica, segundo avançou a agência de notícias oficial do Irão, a IRNA.

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A imprensa italiana e também o Departamento de Estado norte-americano admitiram, no final de dezembro, que a detenção de Cecilia Sala poderia estar relacionada com a detenção, em Milão (Itália), de um traficante de armas iraniano. Foi a 16 de dezembro, três dias antes da detenção de Sala, que o suíço-iraniano Mohammad Abedini-Najafabadi, de 38 anos, foi preso num aeroporto em Milão, ao abrigo de um mandado de captura dos EUA, por suspeitas de associação criminosa com fins terroristas.

Cecilia Sala, a jornalista que conta “uma história do mundo todos os dias”, dorme sobre uma manta numa cela iluminada 24 horas por dia

O Departamento de Justiça norte-americana acusou Abedini-Najafabadi e um outro iraniano de fornecerem a tecnologia para fabrico de drones ao Irão — drones esses que terão sido usados num ataque, em janeiro de 2024, a um posto avançado dos exército dos EUA na Jordânia (e que provocou a morte a três militares).

A detenção de Abedini-Najafabadi em Itália provocou desagrado no regime iraniano, e levou Teerão a convocar para reuniões os embaixadores da Suíça e de Itália. O suíço-iraniano continua, no entanto, detido em Itália, a aguardar extradição para os EUA.