O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, disse, esta quinta-feira, esperar que os municípios que implementaram taxa turística sejam transparentes e que, de forma “objetiva e consistente”, anunciem que investimentos vão fazer com as receitas obtidas.

“Aquilo que espero é que, pelo menos, aqueles municípios que estão a implementar as taxas turísticas tenham, de forma objetiva, consistente, e diria até mais, publicamente anunciado, onde vão fazer os investimentos que decorrem dessa arrecadação de receita”, afirmou o secretário de Estado.

Pedro Machado, que falava aos jornalistas na conferência “Turismo em Portugal: Estratégias para Liderar em 2025”, promovida pelo IPDT — Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, lembrou ainda que a taxa turística foi criada “não só para ser um dissuasor da concentração, mas, sobretudo para reforçar o investimento na qualificação da experiência turística”.

À margem da conferência onde foi o debatido o estado e as perspetivas do turismo nacional, o secretário de Estado assinalou ainda que Portugal tem hoje “um crescimento consolidado”, rejeitando que exista no país uma massificação da oferta ou procura turística.

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“Temos alguma concentração em pontos chave que estão identificados e entendemos que a sua solução passa pela gestão mais inteligente desses fluxos, mas também pelo alargamento e expansão desses fluxos a novos territórios”, considerou.

Também a vice-presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, Cristina Siza Vieira, destacou, durante uma mesa redonda, a necessidade de se avançar com “uma reflexão estratégica sobre o papel das taxas turísticas como moderador de fluxos turísticos”.

Apesar de esta ser uma decisão dos municípios, a responsável considerou que seria importante o Governo advocar, no âmbito do Regime Jurídico das Autarquias Locais, uma “reflexão de fundo” sobre este imposto, assinalando que Portugal é, neste momento, o país com mais taxas turísticas.

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Dos 308 concelhos portugueses, 40 já fazem a cobrança da taxa municipal turística e em nove a iniciativa está na calha para ser iniciada este ano.

Em Portugal continental, cada município fixa a sua taxa e define as normas de aplicação, mas há critérios comuns a todos, como a isenção de pagamento para as crianças (começam a pagar a partir dos 12 anos em alguns casos, noutros mais tarde) e pessoas com incapacidade igual ou superior a 60%, além dos cidadãos que se encontrem hospedados para tratamentos médicos.

Há ainda municípios que excluem a taxa turística, pelo menos por uma noite, para aqueles que se encontrem em peregrinação religiosa a Fátima ou Santiago de Compostela.