É a primeira intervenção pública do Presidente da República após a aprovação da moção de rejeição do PS que resultou na queda do Governo. Cavaco Silva presidiu esta quarta-feira à cerimónia dos 25 anos do Prémio Científico IBM, na Fundação Champalimaud, que distinguiu a tese de doutoramento do investigador Ricardo Cabral, do Instituto Superior Técnico, em Lisboa. 

O Presidente defendeu que “as políticas públicas prosseguidas nas últimas décadas permitiram fortalecer o sistema de ciência e tecnologia nacional”, destacando ainda — numa frase que tem de ser lida à luz da atualidade política nacional, na qual terá o papel decisivo nos próximos dias — que, “no espírito científico, as disputas são resolvidas não pela força mas pelo diálogo esclarecido”. À saída, Cavaco Silva não prestou declarações aos jornalistas.

Ensinar a um computador o que é um gato

Ricardo Cabral trabalha na Apple e já esteve na Google sendo, ao mesmo tempo, investigador do Instituto de Sistemas e Robótica do Técnico. O trabalho pelo qual foi premiado, desenvolvido em 2014, tem um nome complicado: “Unificação de modelos low-rank models para problemas de aprendizagem visual”.

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Mas, na sua intervenção, o investigador explicou que o objetivo passa por “ensinar um computador” a perceber, por exemplo, “o que é um gato”, algo que é facilmente feito por nós, humanos, mas que se torna um “grande problema” no âmbito da computação cognitiva. Segundo um comunicado do Técnico, o trabalho de Ricardo Cabral “insere-se na área da visão computacional com grande impacto em aplicações nas áreas da robótica, arquitetura, realidade virtual, navegação e mapeamento do território.”

Atualmente, os vencedores do Prémio Científico IBM recebem 15 mil euros. O galardão é atribuído desde 1990, tendo sido instituído quando Cavaco Silva exercia o primeiro mandato de primeiro-ministro. Na mesa estive ainda Carlos Salema (presidente do júri do Prémio Científico IBM), António Raposo de Lima (presidente da IBM Portugal), Margarida Mano (Ministra da Educação) e Leonor Beleza (presidente da Fundação Champalimaud).

Editado por Filomena Martins.