Nem António José Seguro, nem Pedro Passos Coelho. António Costa diz que o seu adversário é o ex-autarca do Porto, Rui Rio, porque “o país anseia por novos protagonistas”, tanto à esquerda como à direita. O presidente da câmara de Lisboa defende que não houve qualquer traição na sua candidatura e lamenta a campanha “repugnante” que tem sido feita contra si e contra os seus apoiantes dentro do partido. Sobre possíveis coligações, Costa não fecha a porta a Marinho e Pinto.
Em entrevista ao Expresso, publicada na edição deste sábado, o autarca assegura que o país precisa de “novos protagonistas, que rompam com este ciclo de vistas curtas em que temos estado bloqueados nos últimos anos”. À direita, essa pessoa, para António Costa, é Rui Rio, já que no seu entendimento, “as pessoas se revêem cada vez mais nele”. Mas mesmo que Rio avance, o candidato às primárias socialistas diz que não está à procura de nenhum entendimento ao centro nas próximas legislativas, mas que quer “corporizar uma grande maioria do contra”.
“Verdadeiramente, o meu adversário é Rui Rio”, António Costa
Sobre coligações, diz que é conhecido o seu gosto “em fazer pontes, de unir pontas desavindas”. Até com candidatos mais inusitados, como Marinho e Pinto, que entretanto já demonstrou vontade de concorrer a primeiro-ministro. “É mais um agente político com quem teremos de dialogar”, deixa em aberto António Costa.
Sem se comprometer a baixar impostos e garantindo que as reposições dos salários e pensões são para levar a cabo, o autarca lamenta que nos últimos três anos o PS se tenha posicionado “com a meia dose” e com “o ritmo fraco do governo”. O autarca raramente refere o nome de Seguro, mas menciona que “há pessoas que vivem processos democráticos com uma enorme crispação” e que “nunca aceitam desafios difíceis”. Sobre a campanha interna para as primárias, especialmente os ataques vindos do seu oponente, Costa acha que se trata de uma leviandade e critica o tom “lamentável e repugnante” de algumas acusações, como os seus supostos laços à banca.