Este terá sido o indicador em que Portugal melhor se saiu. Depois de desequilíbrios elevados – défice de 14,4% em 2010 – Portugal conseguiu equilibrar a balança comercial mais cedo do que o esperado e ter um excedente da sua balança comercial, algo que não acontecia desde a ditadura salazarista.

Os resultados positivos explicam-se através de fatores positivos, mas também negativos. Uma parte das empresas portuguesas conseguiu adaptar-se e conseguir exportar mais e para novos destinos. Com os países da União Europeia no mesmo sentido de consolidação orçamental, mercados novos foram abertos pelas empresas e, nestes anos, foi mesmo possível ganhar quota de mercado.Por outro lado, em muito contribuiu para este equilíbrio uma forte desaceleração das importações. Nos últimos anos por força da perda de rendimento dos portugueses, que cortaram, e muito, no consumo.

A dúvida para o futuro, numa altura em que a economia já cresce e os portugueses começaram a recuperar uma parte do seu rendimento, é a de saber se este equilíbrio é sustentável, ou, à imagem e semelhança do que aconteceu após as intervenções passadas do FMI na economia portuguesa, vão voltar a acontecer. A melhoria começa a perder força por via do aumento das importações, que já se nota, e da procura interna. Falta saber o que pesa mais nestas contas: se o consumo, se o investimento.

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